Uma capital conhecida tem o maior nome do mundo: 168 letras. O menor tem apenas 1

Banguecoque, capital da Tailândia

O nome oficial de Bangkok tem 168 letras. A abreviatura é um pouco mais curta, apenas 111: krungthephphr amahanak honbowonratanakosi nmahinthara yuthayamah adilokphiph obnovphara dradchata niburiro mudomsantisug. Já o nome mais curto tem apenas uma: Y, o “Lugar da Morte”, em França.

Os nomes muito muito compridos não são nada invulgares na língua tailandesa.

Mas a capital do país exagera: o seu nome oficial, que detém o recorde do Guiness de “nome de localidade mais comprido do mundo”, tem nada menos do que 168 letras:

krungthepmaha nakhonamonrattanak osinmahintharaa yuthayamahad ilokphopnoppha ratratchathaniburiromu domratchaniwetma hasathanamonpiman awatansathitsakkath attiyawitsanukamprasit.

Assim mesmo, sem maiúsculas — que não existem na língua tailandesa. Mas sem espacinhos, que temos que acrescentar para que a palavra não extravase o seu ecrã.

Naturalmente, este nome é impronunciável, e a cidade tem uma abreviatura mais curta – com apenas 111 caracteres: krungthephphramahanak honbowonratanakosi nmahintharayuthayamah adilokphiphobnovphara dradchataniburiro mudomsantisug.

Mas este nome é ainda um pouco grande para usar em certas situações, como documentos oficiais ou matrículas de automóveis, diz o Readers Digest.

Assim, em 2022 o governo tailandês anunciou que é aceitável que quem usar o alfabeto romano se refira à capital como krung thep maha nakon — ou, simplesmente, Bangkok. Apenas sete letrinhas (onze, se quisermos muito usar o termo em português, Banguecoque).

O nome oficial da cidade tem origem nas línguas sagradas Pali e Sânscrito, utilizadas nos textos budistas e hindus, e traduz-se por “a Cidade dos Deuses, a Grande Cidade, a Residência do Buda de Esmeralda, a Cidade Impregnável de Ayutthaya do Deus Indra, a Grande Capital do Mundo Dotada de Nove Gemas Preciosas, a Cidade Feliz Abundante em Enormes Palácios Reais Que Se Assemelham à Morada Celestial Onde Habitam os Deuses Reencarnados, uma Cidade Dada por Indra e Construída por Vishnukarm“.

A versão curta do nome abreviado da cidade, krung thep maha nakhon, significa “grande cidade dos anjos” em tailandês — e, segundo algumas interpretações, o termo Bangkok remonta ao tempo em que a cidade, antes de o ser, era conhecida como a aldeia ou distrito (bang) das ameixas silvestres (makok).

Naturalmente, não podemos encerrar este assunto sem aqui deixar o vídeo de um conhecido sucesso musical dos anos 1980, de Murray Head: “One night in krungthephphramahanak honbowonratanakosi nmahintharayuthayamah adilokphiphobnovphara dradchataniburiro mudomsantisug”.

O Lugar da Morte é o nome mais curto

Várias localidades partilham o título de “cidade com o nome mais curto do mundo”, e dificilmente algum dia perderão esse título: o seu nome tem apenas uma letra.

Segundo o Guiness, há exemplos de localidades com nomes de apenas uma letra em vários países pelo mundo, incluindo na Dinamarca, Noruega e Suécia. Aparentemente, ao contrário do tailandês, que tem queda para nomes grandes, as línguas eslavas dão-se melhor com eles pequenos.

Uma destas localidades é a vila de Y, em França — que, para fazer jus ao tamanho do nome, é uma minúscula comunidade com 90 habitantes no distrito de Somme, no norte do país.

O nome da localidade tem origem na configuração em forma de Y da sua rua principal (sim, a vila tem mais quatro ruas e uma travessa).

Normalmente, uma pequena e estranha aldeia como esta passaria quase despercebida, mas, explica o Atlas Obscura, devido a um erro técnico, Y acabou por chamar a atenção de vários entusiastas de genealogia no final da década de 2000.

Ao rastrear os antepassados até aos locais da sua morte no Ancestry, um popular site de genealogia, todos os caminhos pareciam levar a Y — ou pelo menos no caso de uma quantidade invulgarmente grande deles.

Parecia que o número de pessoas que supostamente lá tinham morrido era gigantesco em comparação com o número de pessoas que realmente ali tinham chegado a viver.

Como é que tantas pessoas de todo o mundo deram por si a encontrar os seus ancestrais na pequena comuna francesa?

O mistério ficou resolvido quando um utilizador reparou que no formulário usado no site para adicionar novos antepassados, todos os campos tinham de ser preenchidos.

O utilizador deduziu que os genealogistas menos atentos podiam não saber o “local de morte” dos seus ancestrais, e, perante a obrigatoriedade de ter de colocar alguma coisa no campo, acrescentavam apenas um “X” ou “Y”.

Ora, no caso de Y, o site encontrava na base de dados de localidades uma correspondência perfeita: “Y, Somme, Picardie, France”.

“O Mistério de Y” foi assim decifrado, o site corrigiu a falha, os utilizadores limparam as suas bases de dados — e a pequena vila de Y ficou livre da sua mórbida alcunha de “O Lugar da Morte“.

Armando Batista, ZAP //

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