Investigadores estabeleceram que as pessoas não julgam a felicidade com base no rendimento absoluto, mas sim com base no rendimento em comparação com o dos outros.
Diversas pesquisas científicas evidenciam uma ligação entre a educação e uma maior satisfação de vida, apesar de não ser claro porquê. Uma nova pesquisa publicada no PLOS One descobriu que a inteligência numérica superior estava associada a um nível de rendimento mais elevado, o que, por sua vez, estava associado a uma maior satisfação com a vida e o rendimento.
“A teoria económica clássica sugere que a inteligência (lado racional) produz melhores decisões, mais riqueza, e níveis mais elevados de ‘alegria’ e satisfação com a vida. A sabedoria convencional informa-nos que o contrário também pode ser verdade. Ou seja, ser inteligente vem com um preço e esse preço é a redução da satisfação de vida”, explicam os autores Pär Bjälkebring e Ellen Peters.
Também nesta área investigação para apoiar estas duas teorias de como a inteligência se relaciona com a satisfação com a vida. Especificamente, a investigação sugere que a inteligência numérica (isto é, a capacidade de compreender e usar conceitos matemáticos) pode ser particularmente importante em relação à satisfação de vida.
“A inteligência numérica é potencialmente importante porque os números instruem, informam e dão sentido à informação que serve para melhorar os julgamentos e escolhas quotidianas. Os indivíduos com maior conhecimento geralmente compreendem mais informação numérica e fazem julgamentos e escolhas superiores quando estão envolvidos números”, argumentaram os autores.
Além disso, as pessoas que são altamente numéricas (ou seja, têm um elevado nível de inteligência numérica) tendem a ter rendimentos mais elevados e têm menos probabilidades de estar desempregadas a longo prazo, independentemente do percurso académico e de outras capacidades cognitivas. O rendimento é importante para a satisfação de vida, na medida em que mais rendimento conduz a mais satisfação de vida. No entanto, é importante notar que as pessoas não julgam a felicidade com base no rendimento absoluto, mas sim com base no rendimento em comparação com o dos outros.
Os investigadores utilizaram dados de inquéritos realizados pelo Understanding America Study (UAS), com os participantes a responderem às questões online. Estes deram ainda informações demográficas, tais como idade, sexo, educação e nível de rendimentos aos investigadores. Deram também completaram medidas de numeracia objectiva (ou seja, inteligência numérica) e inteligência verbal.
Outra das tarefas consistiu numa avaliação Big-Five (por exemplo, Extraversion, Agreeableness, Conscientiousness, Neuroticism, and Openness), a qual serve para avaliar os seus níveis em cada uma destas características. Finalmente, os participantes indicaram quanto estavam satisfeitos com os seus rendimentos e quanto estavam satisfeitos com a sua vida.
De acordo com o Psy Post, os resultados mostram que as pessoas que eram mais próximas dos números tinham rendimentos mais elevados, mais educação e maior inteligência verbal. Esta proximidade estava também relacionada com uma maior satisfação de rendimento e uma maior satisfação de vida.
Os melhores indicadores de rendimento eram o nível de educação, a inteligência numérica e a inteligência verbal. Para ilustrar o impacto da numeracia, os investigadores notam que a diferença de rendimento entre os mais baixos e os mais altos na escala numérica foi de cerca de 36.000 por ano, independentemente da educação, inteligência verbal, idade, sexo, ou traços de personalidade.
“Em suma, os nossos dados sugerem que a numeracia objetiva teve um efeito indireto nas avaliações da vida através do rendimento, e moderou a relação do rendimento para ambas as variáveis de satisfação. Estes dados apoiam a nossa suposição de que os mais altos e mais baixos na numeracia objetiva utilizaram o rendimento de forma diferente para avaliar as suas vidas, independentemente do seu nível de educação ou inteligência verbal“, concluíram os autores.
Os investigadores citam algumas limitações neste trabalho, incluindo a natureza correlacional destes dados, o que torna inapropriado fazer quaisquer afirmações sobre se a numeracia provoca alterações no rendimento ou na satisfação do rendimento/vida.
Ao ZAP
«…e números NO geral» diz o título. “NO” está errado. Neste caso “geral” não é um substantivo, mas sim um adjectivo. Por isso, não se lhe pode aplicar ‘no’ (contracção da preposição ‘em’ + artigo definido ‘o’), mas sim ‘em’. Um artigo definido
antecede um nome, indicando referência precisa e determinada: “o barco”. Logo, a contracção ‘no’ só poderá anteceder um nome: “no barco”.
O correcto é dizer «…e números EM geral».
Caro leitor,
Obrigado pelo reparo, está corrigido.
Parece ser tarefa difícil em Portugal nos dias de hoje onde o ensino anda em baixa de forma há vários anos!
Mas alguma vez o ensino em Portugal foi melhor do que hoje Portugal??
Portugal nem tem sido dos países que mais sobe nos rankings PISA nem nada…
No tempo do Salazar, com a grande maioria da população analfabeta, é que era!…