Os alunos com um estatuto socioeconómico mais carenciado foram os mais prejudicados. 19% dos inquiridos disse ainda que não recebeu apoio da escola na transição para o ensino à distância.
Segundo avança o Público, quase um terço dos alunos portugueses (30,5%) pioraram o desempenho escolar com o ensino à distância, com os mais afetados a serem os que têm carências socioeconómicas.
As conclusões são de um estudo de uma investigadora do Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) da Universidade do Porto, que inquiriu quase 2000 estudantes.
O estudo ainda está a decorrer e aferiu o estatuto socioeconómico dos alunos tendo em conta a situação profissional dos encarregados de educação, o nível de escolaridade dos pais e o escalão da ação social escolar.
8,7% dos inquiridos apontam a falta de um local sossegado para estudar com um dos entraves, 4,5% queixam-se da falta de equipamento informático e 8,1% tiveram dificuldades de acesso à internet. Já 6,3% tiveram problemas com o uso das plataformas digitais e 3,9% passaram dificuldades com os equipamentos.
Mariana Rodrigues, autora do estudo, revela ao Público que os alunos que reporatram ter uma quebra maior do desempenho escolar são os mesmos que “no momento presente, têm uma pior avaliação do desempenho escolar”, criando-se um “efeito de bola de neve“.
Por outro lado, os resultados mostram que 22,3% dos inquiridos melhoraram o seu aproveitamento durante a pandemia.
“Imaginemos uma linha, à medida que aumenta o estatuto socioeconómico percebemos que os jovens tendem a reportar menos dificuldades na transição para o ensino à distância, ou seja, têm um bom desempenho ou mantêm o desempenho”, explica a investigadora.
Sobre o processo de ensino à distância, 22,3% afirmaram que sentiram dificuldades e 19% dos estudantes inquiridos revelam ainda que não receberam apoio da escola na transição para as aulas online.
Foi ótimo, deveriam continuar com isso.