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Um simples corte de cabelo mudou a história da música para sempre

Elvis era visto pelos americanos como um “sex symbol”, roçando várias vezes o exibicionismo sexual. Isto foi algo condenado socialmente, o que até levou muitos liceus a banirem as jeans e o pomposo corte de cabelo que lhe eram característicos.

Elvis Presley era conhecido como o rei do Rock ‘n’ Roll, mas como qualquer mortal comum foi obrigado a cumprir serviço militar pelo exército dos Estados Unidos. A verdade é que Elvis poderia ter optado por fazer tours em concerto pelo exército, mas decidiu servir como um típico soldado. Esta aparentemente simples decisão mudou o curso da sua vida, da sua carreira e até da música e cultura norte-americana.

Quando se soube que o cantor ia para o exército, centenas de fãs do ícone escreveram cartas ao então presidente norte-americano Dwight D. Eisenhower a apelarem que Elvis fosse poupado. Um senador até fez uma petição para que fosse aberta uma exceção ao cantor para que não tivesse de cortar o cabelo.

No entanto, os piores pesadelos daqueles que o idolatravam viriam a tornar-se realidade. Elvis Presley teve mesmo de cortar o cabelo e as suas patilhas, no dia que ficou conhecido na imprensa internacional como a “Segunda-feira Negra”.

Durante os dois anos que esteve em serviço na Europa, conheceu Priscilla Beaulieu, a filha de 14 anos de um coronel norte-americano, que eventualmente viria a tornar-se a sua esposa. Ainda assim, nem tudo foram alegrias durante o seu tempo de serviço militar.

De acordo com o OZY, para além da morta da sua mãe, Elvis deu início a uma batalha interminável com um vício em anfetaminas, que lhe viria a colher a vida mais tarde.

Com o regresso da tropa, não só o seu cabelo vinha diferente, mas também a sua atitude. Elvis perdeu a sua irreverência e tornou-se mainstream, fazendo duetos com Sinatra e entrando numa espiral descente na sua carreira.

Enquanto estava na Alemanha, a música Rock ‘n’ Roll mudou muito — e rapidamente — nos Estados Unidos. Chuck Berry e Jerry Lee Lewis estiveram envolvidos num escândalo de envolvimento sexual com jovens e Buddy Holly, Big Bopper e Ritchie Valens morreram num acidente de avião em 1959. “O dia em que a música morreu”, escreveu um jornalista norte-americano nesse dia.

“É preciso olhar para os dois lados”, diz John Jackson, vice-presidente da Legacy Recordings/Sony Music Entertainment. “Uma parte de si estava irritada por ele ter sido tirado de nós naquele momento e posto em gelo, mas uma parte de si tem de dizer: ‘Bem, e se ele tivesse ficado e lançasse um monte de discos que as pessoas não iam gostar?”.

A ausência de Elvis e de alguns dos grandes ‘tubarões’ da música Rock deram a hipótese a outros nomes menos conhecidos de se afirmarem.

“Alguns dos piores erros da minha vida foram cortes de cabelo”, disse uma vez o falecido Jim Morrison, vocalista dos The Doors. E talvez este corte de cabelo tenha custado mais caro a Elvis do que ele alguma vez pensou.

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