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Um século depois, encontrado navio que tentou evitar naufrágio do Titanic

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Universidade de Bangor

O SS Mesaba esteve muito perto de mudar a História, mas foi ignorado. Seis anos depois do fatídico dia em que o Titanic afundou, também o SS Mesaba teve como última morada o fundo do mar. Mais de um século depois, foi encontrado.

O navio, pouco conhecido, – SS Mesaba – que tentou salvar o Titanic da desgraça gelada, foi agora descoberto no fundo do mar da Irlanda.

A embarcação, um navio mercante, estava a atravessar o Oceano Atlântico em abril de 1912 – altura em que o Titanic realizava a sua viagem inaugural.

O SS Mesaba terá enviado uma mensagem, via rádio, ao capitão Edward Smith do Titanic, a avisar que os icebergs andavam à deriva pela costa da Terra Nova, no Canadá.

Segundo o IFLScience, a mensagem foi recebida, mas o aviso não foi dado, acabando o Titanic, quatro dias depois, por atingir um iceberg, afundando-se e causando a morte de 1500 pessoas.

O navio mercante continuou a operar durante cerca de seis anos, até que foi intercetado por um submarino alemão em 1918 – o último ano da Primeira Guerra Mundial – acabando por naufragar.

Durante mais de 100 anos não se encontraram vestígios do SS Mesaba – até agora.

Innes McCartney // Universidade de Bangor

Num estudo recentemente publicado, investigadores da Universidade de Bangor, no País de Gales, com a ajuda do navio de investigação Prince Madog, conseguiram identificar o naufrágio do SS Mesaba e localizar o seu destino final.

Identificar o naufrágio não é propriamente fácil, uma vez que o mar da Irlanda regista uma coleção de naufrágios, com destroços de um total de cerca de 273 navios, em apenas 19.424 km2.

Innes McCartney, arqueólogo náutico e historiador da Universidade de Bangor, explicou que “anteriormente, seríamos capazes de mergulhar em determinados locais por ano para identificar visualmente naufrágios”.

“As capacidades únicas do Prince Madog permitiram-nos desenvolver um meio relativamente barato de examinar os naufrágios. Podemos ligar isto à informação histórica sem interação física dispendiosa com cada local. É uma mudança de jogo para a arqueologia marinha“, conclui.

Quanto ao naufrágio do Titanic, a 690 km da costa da Terra Nova, uma expedição de alto mar captou algumas imagens de maior qualidade que revelam a maior tragédia náutica alguma vez registada.

Desde a descoberta dos destroços, em 1985, que estes já tiveram melhores dias. Estudos anteriores, nomeadamente através de mergulhos, dão conta de que a proa do navio e o convés ruíram, bem com o ginásio junto à escadaria. Também o ninho de corvo desapareceu.

Teme-se que a proa do navio possa ser o próximo vestígio do Titanic a desabar ou, até mesmo, a desaparecer.

Teresa Campos, ZAP //

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