Um novo teste genético pode eliminar a cegueira hereditária nos cães

University of Cambridge

A atrofia progressiva de retina (ARP) afeta mais de 100 raças de cães e é um grupo de doenças que provoca a degeneração das células de retina, deixando a visão dos animais comprometida.

Uma equipa de cientistas identificou a mutação genética que causa a ARP nos cães pastores ingleses e desenvolveu um teste de ADN para a detetar.

Segundo o Phys.org, ao identificar os cães portadores da doença antes de a sua visão começar a falhar, a medida fornece uma ferramenta para orientar as decisões de criação, de modo a que a doença não seja transmitida aos cachorros.

Num novo estudo, publicado a semana passada na revista Genes, os investigadores descobriram que a atrofia progressiva de retina pode ser completamente eliminada dos cães pastores ingleses.

A mutação genética identificada é recessiva, o que significa que só causa cegueira se o cão herdar duas cópias da mesma. Se o cão tiver apenas uma cópia, torna-se portador mas não desenvolverá ARP, no entanto, pode transmitir a mutação aos seus cachorros.

Os investigadores lançaram um apelo para obterem amostras de ADN de outros proprietários desta raça e receberam amostras de seis pastores ingleses com a doença e vinte sem a doença.

Esta ocorrência foi suficiente para identificar a mutação genética responsável pela doença utilizando a sequência completa do genoma.

Além disto, também desenvolveram um teste de ADN para os donos testarem os seus cães de modo a saber se têm ou não a variante.

“Agora que temos um teste de ADN, não há razão para que outro cão pastor inglês tenha de nascer com esta forma de atrofia progressiva de retina”, conclui a primeira autora do estudo, Katherine Stanbury.

A equipa espera que o teste permita aos proprietários identificar precocemente os pastores ingleses com PRA e evitar a sua utilização para reprodução, aumentando o potencial de eliminação desta doença na raça.

A presente descoberta é a 33ª mutação genética que causa uma doença hereditária em cães que a equipa encontrou —23 das quais causam doenças oculares.

Soraia Ferreira, ZAP //

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