É uma informação que talvez não queira reter, mas a verdade é que insetos passam a maior parte da sua curta vida a alimentar-se de material orgânico em decomposição, nomeadamente cocós.
Certamente já lhe aconteceu. Está tranquilo numa esplanada a desfrutar de uma refeição num dia solarengo e um inseto vem, de forma quase impercetível, até ao seu prato e pousa na comida. O primeiro instinto é espantá-la, o seguinte é pensar “devo continuar a comer isto?”
Regra geral, o risco de ficar doente é baixo, mas há alguns fatores a considerar quando se debate esta opção. Para começar, há que reconhecer que muitos insetos, a começar pelas moscas, são nojentos.
E sim, é verdade que as moscas vomitam na comida quando pousam sobre ela, já que não têm dentes e mandíbulas para mastigar, descreve o IFL Science. Como tal, o processo passa por cuspir alguma saliva rica em enzimas que dissolve parcialmente a comida e chupá-la.
Estes insetos passam a maior parte da sua curta vida a alimentar-se de material orgânico em decomposição, que incluirá vegetação em decomposição, carne crua, e — como não poderia deixar de ser — de cocós. As moscas vivem um estilo de vida sujo, o que significa que têm em si uma série de germes desagradáveis que agravam a possibilidade de ficarmos doentes em caso de contacto.
Que germes são disseminados?
Uma revisão de literatura conseguiu identificar 130 agentes patogénicos numa única mosca. Entre eles, fungos, vírus, parasitas e bactérias. Alguns dos quais eram mesmo “espécies graves e ameaçadoras de vida“.
Num estudo de 2022, uma equipa de cientistas recolheu mais de 100 moscas domésticas de uma quinta em Nova Iorque para descobrir que estavam carregadas com uma série de agentes patogénicos de origem alimentar que afetam a saúde humana. Entre elas constavam a Salmonella, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus, e Bacillus subtilis.
A questão é saber se estes agentes patogénicos são abundantes o suficiente para fazer adoecer uma pessoa saudável. Tudo parece depender de alguns fatores, nomeadamente, quantas moscas se instalaram na comida e durante quanto tempo.
Se uma mosca tiver um contacto breve com alimentos acabados de cozinhar, então a maioria dos peritos de saúde diria que este não é um motivo significativo para se deitar a comida fora. No entanto, se um enxame de moscas tem estado a relaxar no prato durante horas, então é melhor usar o seu bom senso.
Em suma, o risco para a saúde de uma mosca solitária fazer um breve contacto com alimentos frescos é relativamente baixo, especialmente se se tiver um sistema imunitário relativamente forte. No entanto, o risco está lá e este pode ser maior dependendo da situação.