Os arqueólogos no Quénia desenterram um maxilar, em 2011, pertencente a uma antiga espécie de hominídeo que andou na Terra ao mesmo tempo que alguns dos primeiros antepassados humanos.
Conhecido como Australopithecus anamensis, pensava-se que esta criatura, semelhante a um macaco, tinha aparecido depois dos antepassados humanos originais, mas este fóssil sugere que pode ter sido, de facto, uma linhagem irmã de um dos nossos antecessores mais antigos.
Segundo o IFL Science, o Au. anamensis chegou demasiado tarde para ser considerado um hominídeo basal — ou assim se pensava.
(Os hominídeos antigos são normalmente divididos em três grupos, sendo o mais antigo conhecido como hominídeo basal. Pensa-se que estes foram seguidos por um grupo de espécies conhecidas como australopitecos — que incluem o Au. anamensis e o Au. afarensis, tornados famosos pelo icónico espécime chamado Lucy — que mais tarde deram lugar às primeiras linhagens de Homo.)
No entanto, uma nova análise de um maxilar de Au. anamensis, publicada no Journal of Human Evolution, que foi descoberto em Turkana Oriental, no Quénia, em 2011, indicou que este individuo em particular viveu há 4,3 milhões de anos e, portanto, estava vivo ao mesmo tempo que os últimos membros do Ar. ramidus.
“Embora o novo espécime seja apenas [100.000 anos] mais velho do que as amostras existentes de Au. anamensis [do Quénia e da Etiópia], a extensão do [aparecimento mais antigo] desta espécie […] mostra que os primeiros australopitecos se sobrepuseram temporalmente aos hominídeos basais de sobrevivência tardia no Plioceno inicial”, escreveu Louise N. Leaky, autora principal do estudo, e os seus colegas.
Admitindo que as suas conclusões “não são definitivas”, os investigadores deduzem, no entanto, que o Ar. ramidus poderá não ter sido, afinal, um antepassado do Au. anamensis, defendendo, em vez disso, que este último poderá ter sido um “hominídeo irmão-taxon” dos hominídeos basais.
Ainda não se sabe exatamente qual a relação entre estes antigos hominídeos e os atuais humanos, embora se acredite que descendemos diretamente de, pelo menos, uma espécie de australopiteco.