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Um em cada cinco russos é “parente” da Rainha Isabel II

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Facundo Arrizabalaga / EPA

A Rainha Isabel II

Um estudo realizado por uma empresa russa apurou que um quinto da população da Rússia tem laços genéticos com a família Real britânica, os Windsor, a que pertence a Rainha Isabel II.

O estudo, realizado pela empresa russa Genotek, apurou que 20% da população do país está geneticamente relacionada com a monarca britânica, com Maria de Medici, que foi Rainha de França, e com os filhos de Nicolau II, o último Imperador da Rússia que foi casado com a Imperatriz Alexandra Fedorovna, neta da Rainha Victoria de Inglaterra.

A investigação teve por base o chamado ADN mitocondrial, “um segmento do genoma contido nas “estações energéticas” da célula”, que é transmitido das mães aos filhos, explica a agência russa Sputnik, que divulga a pesquisa.

Os geneticistas conseguiram assim, estabelecer laços de parentesco entre 20% da população russa e a Família Real britânica, através da partilha em comum do chamado haplogrupo H, um grupo mitocondrial.

“Os investigadores sublinham que a presença de tais laços não significa que uma pessoa seja descendente directa, por exemplo, de Gengis Khan ou de Reis da antiguidade”, dizem os investigadores.

Um haplogrupo comum na linha masculina ou feminina não é mais do que um indicador que demonstra que os seus representantes têm um pai comum ou uma mãe comum que pode ter vivido há milhares de anos ou até há dezenas de milhares de anos antes do aparecimento de dirigentes célebres e dos seus “descendentes” contemporâneos”.

Nicolau II era parente próximo de muitos monarcas europeus, designadamente dos  Windsor e do Kaiser alemão Wilhelm II.

“Depois da Revolução Bolchevique e do subsequente caos social, estes genomas podem ter-se espalhado de forma alargada entre a população russa, o que explica a sua presença em 20% dos russos contemporâneos”, aponta por seu lado o jornal chinês Global Times.

A pesquisa apurou também que, pelo lado paterno, 25% dos russos partilha o haplogrupo R1a1 que apareceu há cerca de 10 mil anos, na região a norte do Mar Cáspio, e que se encontra no ADN de figuras como o explorador inglês Sir Francis Drake e como o Rei Willem-Alexander da Holanda.

Um estudo anterior da Genotek já tinha apurado que apenas 16,2% dos russos actuais carregam o genoma dos povos originais da Rússia, que viveram no país há séculos atrás.

Para realçar como esta área de investigação é fascinante, o CEO da Genotek, Valery Ilinsky, aponta que, há 3 anos, a empresa fez “um teste de ADN a Vladimir Zhirinovsky“, um dos mais proeminentes políticos da Rússia da actualidade, e detectou que o político “tem ancestrais comuns com Napoleão e Einstein“.

“Um dos haplogrupos de Zhirinovsky, E1b1b1, é bastante interessante – também se encontra no ADN de Adolf Hitler, Vlad Tepes (também conhecido como Vlad, o Empalador ou Drácula) e Benito Mussolini“, explica Ilinsky citado pelo Global Times.

ZAP //

8 Comments

  1. Que novidade!
    .
    Papita-me que somos todos parentes uns dos outros, mas por um qualquer preconceito que não consigo entender, todos acham que o seu pedigree é muito mais puro que o do rafeiro ao lado.

  2. Pois, eu tenho uma revelação muito mais bombástica!
    A não ser que a vida tenha surgido em momentos distintos, somos todos parentes, incluindo mesmo todas as espécies de animais, plantas, fungos…etc.
    Contudo, sublinho que a presença de tais laços não significa que sejamos todos descendentes directos dos mesmos progenitores, os nossos antepassados comuns podem ter vivido há milhares de anos ou até há dezenas de milhares de anos.

    Nota: Dou liberdade à imprensa para noticiar livremente esta revelação.

  3. E qual o intuito desta notícia? Na prática, qual o efeito desta descoberta? Ah, barulho, ruído. Percebi. Quando não se tem nada melhor para fazer….

      • Lol. A crítica era para quem fez o estudo…mas se a carapuça serviu de alguma forma, lamento.
        De qq forma uma notícia tem que ter um intuito, causar algum efeito na pessoa que a lê. Saber desta noticia ou não saber é igual. Se por acaso aguém no meio de um grupo de pessoas abordar este tema, penso que a primeira reacção será “e?…”

      • Caro Zabist,
        Se a crítica era para o estudo, deveria ter escrito “qual o intuito deste estudo”, e não “qual o intuito desta notícia”.
        Se fizemos esta notícia, foi porque nela, ao contrário de si, lhe encontrámos bastante interesse. É uma notícia peculiar, curiosa, inesperada, mas perfeitamente sólida, que nos enriquece (como leitores) com mais uma porção de conhecimento – como o são muitas das notícias de ciência que o ZAP dá, e que sabemos que a maior parte dos nossos leitores gostam de ler.
        Lamentamos que a notícia não lhe tenha “causado nenhum efeito”. Está no seu direito de não perceber o interesse da notícia, e, perceba isto, está no seu direito de criticar a sua exactidão ou até interesse.
        Não está é no direito de questionar o seu intuito.
        Mas há uma coisa tão intolerável para nós como alguém questionar porque razão fazemos uma qualquer notícia.
        É questionar porque é que alguém tomou a iniciativa de fazer um estudo científico.
        Porque a ciência não se fez de estudos grandiosos pré-alinhavados no caminho das grandes descobertas.
        A ciência fez-se dos milhões de pequenos estudos que seguiram outros pequenos estudos que alguém se lembrou de fazer porque sim, porque os cientistas são essencialmente curiosos que não conseguem deixar a sua curiosidade por satisfazer.
        E se os cientistas dessem ouvidos a quem quer que seja que se lembrasse de lhes perguntar “qual o intuito desse estudo”, hoje ainda viveríamos na idade das trevas.

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