O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se hoje preocupado com um eventual novo aumento das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE), devido à inflação “ainda relativamente alta” na União Europeia.
Em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa comentou os dados da inflação, começando por dizer que “há sinais internacionais que já começavam a ser um bocadinho preocupantes”, nomeadamente a inflação “ainda relativamente alta” nalguns países europeus.
Marcelo apontou que a média europeia está nos 5,5%, valor superior ao de Portugal de 3,7%, realçando que, comparativamente, o país está numa “situação muito melhor do que a média europeia”.
“Mas isto significa que se a Europa está assim, e que se mantém assim, qual é o resultado que eu temo, e que todos tememos? É que o BCE possa ter a pressão para novo aumento de juros, e nós esperávamos uma folga agora em setembro”, afirmou.
Em julho, Klaas Knot, governador do banco central dos Países Baixos, considerou que os juros na Zona Euro poderiam não subir em Setembro — uma declaração prontamente desmentida na altura pela presidente do BCE, Christine Lagarde.
No início de agosto, o BCE voltou a aumentar as taxas diretoras e a presidente da instituição deixou em aberto novos aumentos. Segundo Christine Lagarde, o resultado da reunião de setembro “pode ser uma subida ou uma pausa”, mas garantidamente não será um corte, e destacou que mesmo que o BCE opte por manter inalteradas as três taxas de referência, tal “não quer dizer que seja definitivo”.
O chefe de Estado português aguarda por outros números que poderão ser divulgados mas sublinhou que esta não seria “uma boa notícia” para todos os portugueses que têm contratos com a banca e poderão ser confrontados com o aumento das prestações do crédito à habitação.
A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) aumentou para 3,7% em agosto, mais 0,6 pontos percentuais do que em julho, segundo a estimativa rápida avançada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Marcelo alertou também para o facto de os números do INE divulgados esta quinta-feira apontarem para um segundo trimestre com “crescimento zero por cento” e apontou que noutros países europeus existem mesmo situações económicas de “não arranque, bem pior do que a portuguesa”.
“Se for assim isso significa que os meses de final do ano e começo do ano que vem podem não ser aquilo que nós desejaríamos”, realçou.
Preocupações com o turismo
O Presidente da República manifestou ainda preocupação com “previsões para o turismo na Europa que são desfavoráveis quanto à evolução” do setor “para o fim deste ano e sobretudo para o começo do ano que vem”.
“Sabem como o turismo para nós é importante. Tudo isto em conjunto pode significar para um país como Portugal, que sofre muito do contexto abrangente, não subir o turismo ao ritmo que estava a subir, não subirem as exportações ao nível que estavam a subir, e obviamente, o crescimento sofrer com isso”, acrescentou.
Interrogado sobre que resposta espera no Orçamento do Estado para 2024, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “certamente que dentro do espaço disponível vai haver a preocupação de poupar Portugal àquilo que seja indevidamente adicional”.
O presidente realçou que o Governo já anunciou que “não tenciona utilizar uma parte dos empréstimos europeus ligados ao Plano de Recuperação e Resiliência que chegou a ser anunciado que viria porventura a utilizar”.
Marcelo considerou que o Governo tomou esta decisão “por uma boa razão” e que esta “já é uma forma de olhar para o futuro e de prever esse futuro e prevenir esse futuro”.
“Por outro lado, há uma margem, uma folga, de dinheiro para utilizar no terreno”, considerou, acrescentando que “há aqui uma folga mesmo antes de outros desembolsos que pode contribuir para, no ano que vem, compensar o que pode não chegar de exportações, ou de turismo”.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que é necessário esperar que os “investimentos que estão já em concretização venham verdadeiramente a chegar ao terreno“.
Sobre o impacto da inflação nas rendas e uma nova eventual fixação de limites à sua atualização, Marcelo afirmou que “a resposta só pode depender obviamente de uma análise muito cuidadosa da evolução da inflação” nos próximos meses.
ZAP // Lusa
Só se Marcelo deixar é que as rendas voltam a aumentar. Mas como Marcelo é cúmplice dos principais lobbys e casos de corrupção que reinam em Portugal tudo é possível.
Costa e Marcelo conseguem dar cabo de Portugal como nunca ninguém conseguiu.