Um estudo realizado por dois centros de investigação europeus sustenta que a Turquia se tornou um país chave para a reexportação de produtos petrolíferos russos para a União Europeia (UE), contornando as sanções internacionais.
Um novo estudo denunciou que a Turquia reexporta petróleo russo para a UE, contornando as sanções internacionais, impostas na sequência da invasão da Rússia à Ucrânia.
Graças a este truque, no espaço de um ano, o Kremlin beneficiou de milhares de milhões de euros vindos da UE.
Segundo um estudo do Centro Finlandês de Investigação sobre Energia e Ar Limpo (CREA) e do Centro Búlgaro para o Estudo da Democracia (CSD), desde a aplicação das sanções à Rússia em fevereiro de 2023, e até fevereiro de 2024, a UE importou produtos petrolíferos avaliados em 3,1 mil milhões de euros.
Durante este período, 86% dos produtos petrolíferos importados pela Turquia foram oriundos da Rússia.
O relatório destacou ainda que, no ano passado, a Turquia se tornou o maior comprador mundial de produtos petrolíferos russos, importando 18% do total das exportações da Rússia.
Desde o início da proibição da UE e do G7, em fevereiro de 2023, até fevereiro de 2024, a Turquia importou produtos petrolíferos russos avaliados em 17,6 mil milhões de euros, gerando 5,4 mil milhões de euros em receitas fiscais para o Kremlin.
A UE importou 5,16 milhões de toneladas de produtos petrolíferos, pelo valor de 3,1 mil milhões de euros, de três portos turcos: Ceyhan, Marmara Ereglisi e Mersin, nenhum dos quais possui refinarias, segundo o documento.
Rússia beneficia de lacunas legais
O estudo acrescenta que os produtos petrolíferos russos são reexportados da Turquia para a UE, aproveitando as lacunas legais que permitem a mistura nos terminais de armazenamento e exportação destes produtos.
O documento refere ainda que o consumo interno de produtos petrolíferos na Turquia cresceu 8% em 2023.
No entanto, as importações marítimas de produtos petrolíferos cresceram 56%, sugerindo que a Turquia reexporta estes bens, para além de satisfazer a procura interna.
O relatório apresenta como exemplo um caso de maio de 2023, quando o terminal petrolífero Toros Ceyhan, no porto de Ceyhan, recebeu 26.923 toneladas de diesel do porto de Novorossiysk, na Rússia.
Dez dias depois, o terminal enviou um volume semelhante de gasóleo para a refinaria do MOH Corinth, na Grécia, aproveitando uma lacuna que permite a entrada de misturas de produtos petrolíferos russos.
Os cinco estados-membros da UE com as maiores importações de petróleo da Turquia entre fevereiro de 2023 e fevereiro de 2024 são a Grécia, os Países Baixos, a Itália, a Espanha e a Roménia.
ZAP // Lusa
Pobre Ucraina
as tais Sanções funcionam bem , mas acho que ao Contrario contra os Europeus
E diziam eles que iam asfixiar a Rússia com sanções e taxas alfandegárias. Engraçado que a Alemanha nunca deixou de importar gás natural Russo. Só areia para os olhos do zé povinho.