Ucrânia recua sem o apoio dos EUA. Moldávia corre perigo

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Tim Ireland / EPA

Volodymyr Zelenskyy diz que Ucrânia vai recuar “passo a passo” se EUA não avançar com pacote de ajuda

Falta de armamento vai deixar a Ucrânia sem defesa aérea e obrigar a “recuar passo a passo” perante as forças russas, avisa Zelenskyy, que deixou ainda um apelo diferente.

“Se não houver apoio dos EUA, significa que não temos defesa aérea, nem mísseis Patriot, nem bloqueadores para guerra eletrónica, nem munições de artilharia de 155 milímetros.”

Sem mais ajuda norte-americana, o presidente da Ucrânia confessa que vai dar ordem aos seus soldados na linha da frente para recuar.

A falta de armamento, bloqueado no Congresso dos EUA, “significa que iremos retroceder, recuar, passo a passo, em pequenos passos”, disse Volodymyr Zelenskyy ao jornal The Washington Post. Perante a falta de munições, é preciso “fazer com menos” e isso significa “recuar, tornar a linha da frente mais pequena”.

“Se quebrar, os russos podem chegar às grandes cidades”, alerta o Presidente ucraniano.

Moldávia em perigo

Num apelo diferente, o Presidente da Ucrânia pediu uma ação europeia conjunta para proteger os sistemas energéticos e garantir que “não ocorram mais desastres ambientais na Europa”.

“A proteção destas instalações [de energia], tanto na Ucrânia como com os nossos parceiros. É crucial não só para o nosso Estado, mas também para os nossos vizinhos e para todo o continente”, defendeu Zelenskyy na sexta-feira à noite.

O líder do governo ucraniano deu como exemplo “a catástrofe na central elétrica de Kharkov” (leste) e alertou para “a intenção da Rússia de reproduzir” este episódio, argumentando que “deve tornar-se uma tarefa conjunta – não apenas para a Ucrânia – garantir que tais desastres ambientais não voltem a acontecer na Europa”.

O ataque russo a duas centrais hidroelétricas ucranianas na noite passada representa uma ameaça, não só para o seu país, mas também para a Moldávia.

“As centrais hidroelétricas de Kanivska e Dniester foram deliberadamente atingidas pelo inimigo. O país terrorista quer repetir o desastre ambiental na região de Kherson. Mas agora não só a Ucrânia, mas também a Moldávia, estão sob ameaça. A água não vai parar nos pontos de passagem da fronteira, nem a guerra russa, a menos que a paremos na Ucrânia juntos e a tempo”, disse.

A barragem da central de Nova Khakhovka, a cerca de 60 quilómetros da cidade de Kherson, foi atingida por um míssil no início de junho de 2023, causando uma inundação maciça de centenas de quilómetros quadrados, bem como mais de meia centena de mortos e danos estimados em mais de 3,5 mil milhões de euros.

Numa mensagem publicada no Telegram, Zelenskyy sublinhou, após a primeira reunião do Estado-Maior convocada pelo novo secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksandr Litvinenko, que “os desafios são muito graves”, acrescentando que “os terroristas russos voltaram a atacar o setor energético ucraniano”.

O primeiro-ministro Denis Schmigal, o ministro da Energia, German Galushcneko, e os presidentes dos conselhos de administração da Ukrenergo e da Naftogaz, Volodymir Kudritsky e Oleksy Chernishov, apresentaram relatórios sobre os danos e os trabalhos de reconstrução.

“Discutiram as formas mais eficazes de proteção física e a sua aplicação noutras instalações”, acrescentou Zelensky.

O segundo ponto discutido durante a reunião foram os contratos de fornecimento de armas e munições para o futuro próximo e a longo prazo.

“A necessidade de defesa aérea tornou-se premente. Devido à intensidade dos bombardeamentos russos, as existências têm de ser reabastecidas mais rapidamente. Dei instruções para intensificar o trabalho com os nossos parceiros. Estamos a contar com a sua rápida resposta”, escreveu o presidente ucraniano.

Por outro lado, o governo ucraniano publicou também a declaração de património, rendimentos, despesas e obrigações financeiras para o ano passado dos detentores de cargos públicos locais ou estatais.

De acordo com uma nota oficial, os rendimentos do chefe de Estado e familiares ascendem a 12,4 milhões de grivnas (cerca de 293 mil euros), incluindo os provenientes da venda de obrigações do Estado.

“O aumento dos rendimentos em relação ao ano anterior deveu-se à retoma do pagamento das rendas (…) Não houve outras alterações significativas em 2023 em termos de ativos, imóveis, veículos, etc.”, acrescentou.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Traidores são os Deputados republicanos e Trumpistas no Congresso dos EUA. É incrível o poder que Trump, aliado de Putin, tem. É evidente que Putin e Trump têm um acordo para derrotar a Ucrânia.

  2. É, no mínimo, confrangedora, a inépcia da Europa num problema que é nosso e não dos EUA. Espero que Trump (que eu, pessoalmente, abomino) ganhe as eleições Americanas e ponha a nu aquilo em que a Europa se tornou: Uma associação mercantil, liderada por eunucos que têm como único objetivo o lucro dos respetivos países e que depende de terceiros para a sua defesa.

    Tenho penas da Ucrânia e dos Ucranianos, que no meio disto tudo são utilizados como meros joguetes políticos.

  3. A Ucrânia está na Europa. A Europa é que tem que resolver o assunto.
    O assunto não se resolve com diplomacia, uma vez que há guerra a acontecer neste momento.
    O assunto resolve-se com a exterminação do governo russo.

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