Num ato simbólico, a Ucrânia hasteou a bandeira azul e amarela na Crimeia, onde 42 drones terão sido derrubados por Moscovo esta quinta-feira. Em Kaluga, na fronteira com Moscovo, a Rússia disse ter abatido um míssil ucraniano que visava “alvos civis”.
42 drones terão sido derrubados por Moscovo na Península da Crimeia em território controlado pelas tropas de Moscovo.
“De acordo com dados preliminares, vários drones foram destruídos sobre o mar na área do cabo Chersonese”, disse o governador Mikhail Razvojaev.
Russia’s defence ministry says it saw off 42 drones launched by Ukraine over the occupied Crimean peninsula overnight
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— BBC News (World) (@BBCWorld) August 25, 2023
Enquanto nove drones foram destruídos pelas forças de defesa aérea, 33 foram neutralizados pelos sistemas de guerra eletrónica e caíram sobre a Crimeia sem atingir os alvos pretendidos, avança o Ministério de Defesa russo.
Bandeira ucraniana foi hasteada na Crimeia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou esta quinta-feira que militares ucranianos realizaram na noite anterior uma operação na Crimeia, região ucraniana anexada ilegalmente pela Rússia em 2014.
Entre outras ações militares, segundo o líder ucraniano, a bandeira ucraniana foi hasteada, um ato visto como altamente simbólico, já que na quarta-feira foi comemorado o Dia da Bandeira Ucraniana.
Zelenski disse que a operação foi bem-sucedida e não houve baixas do lado ucraniano. No entanto, foi cauteloso, ao afirmar que ainda é cedo para falar na recuperação do território.
“Sim, são os nossos rapazes que lá estão. Está a correr bem, não há baixas, pelo menos não há baixas do nosso lado, o que é bom”, sustentou o presidente ucraniano na quinta-feira, em conferência de imprensa conjunta com Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio Presidencial, em Kiev.
“O inimigo sofreu baixas entre os seus homens e equipamento [militar] foi destruído. E a bandeira nacional voltou a ser hasteada na Crimeia ucraniana”, disse a inteligência militar da Ucrânia no Telegram.
Objetivos “foram cumpridos”, mas não detalhados
Os serviços secretos ucranianos não especificaram a missão das forças especiais, mas disseram que desembarcaram perto das vilas de Olenivka e Maiak, no oeste da península, antes de partirem novamente.
“Todos os objetivos e tarefas foram cumpridos. No final da operação especial, os defensores ucranianos deixaram a área sem baixas”, disse a mesma fonte, sem especificar quais eram os objetivos.
Na quarta-feira, os serviços militares ucranianos reivindicaram a responsabilidade pela destruição de um sistema de mísseis terra-ar na mesma zona da Crimeia.
A ponte de Kerch, que liga o continente russo à península, concluída em 2018, tem sido alvo de vários ataques ucranianos desde que Moscovo iniciou a invasão do país vizinho em fevereiro de 2022.
Kiev prometeu libertar todo o território da Ucrânia ocupado pela Rússia, inclusive a Crimeia.
Míssil ucraniano visava “alvos civis”
A Rússia disse ainda esta sexta-feira ter abatido um míssil ucraniano que visava “alvos civis”.
O míssil S-200 terá sido derrubado sobre a região de Kaluga, que faz fronteira com Moscovo, afirmou o Ministério da Defesa da Rússia na rede social Telegram, defendendo que esta é uma tentativa de ataque contra “alvos civis no território da Federação Russa”.
“O míssil foi detetado e destruído pelos sistemas de defesa aérea sobre o território da região de Kaluga“, a cerca de 200 quilómetros de Moscovo.
A agência de notícias estatal russa TASS informou também que os aeroportos internacionais de Moscovo, Vnukovo e Domodedovo foram encerrados ao tráfego aéreo desta madrugada.
O ataque não provocou vítimas, segundo o governador de Kaluga.
ZAP // Lusa
Esta ponte que liga a Crimeia à Rússia vai ser destruída assim que cheguem os F-16 à Ucrânia. É o começo da libertação dessa Península e começo da destruição da tropa russa, logisticamente e essencialmente apoiada por esta ponte.