Mais de um milhão sem luz. A Ucrânia denunciou esta madrugada um “ataque massivo” a infraestruturas energéticas, tendo as autoridades decidido cortar a eletricidade numa altura em que Moscovo intensifica a pressão militar.
Centenas de milhares de pessoas ficaram hoje sem eletricidade no oeste da Ucrânia, a centenas de quilómetros da linha da frente do conflito, na sequência de um ataque aéreo russo contra instalações de distribuição de energia do país.
Com temperaturas a rondar os 0°C, “mais uma vez, o setor da energia foi sujeito a um ataque massivo do inimigo”, afirmou o Ministério da Energia na rede social Facebook.
Foram efetuados cortes de energia de emergência sobretudo em Kiev (centro-norte), Odessa (sul) e Dnipro (este), de acordo com o operador ucraniano DTEK.
As autoridades regionais de Rivne afirmaram que 280 mil pessoas estavam sem eletricidade e com cortes na rede de água. Na região vizinha de Volyn, 215 mil habitantes ficaram sem acesso a energia elétrica, de acordo com as autoridades locais. No total, mais de um milhão de pessoas terão ficado sem eletricidade.
Além disso, foi acionado um alerta aéreo em todo o país, tendo a força aérea ucraniana dado conta de ataques com mísseis que visavam sobretudo as regiões de Odessa, Kherson, Mykolaiv (sul) e Kirovograd (centro).
Os russos “foram ajudados por aliados loucos, incluindo a Coreia do Norte“, escreveu o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andri Yermak, nas redes sociais.
Na terça-feira, Moscovo anunciou “uma resposta” a dois novos ataques ucranianos com mísseis ATACMS norte-americanos contra território russo nos dias anteriores.
A Rússia tem vindo a intensificar os bombardeamentos em zonas civis em toda a Ucrânia, à medida que o inverno se aproxima, visando em particular infraestruturas energéticas.
Biden pede mobilização militar a partir dos 18 anos
O Ministério da Defesa russo, por sua vez, afirmou ter destruído 25 drones ucranianos durante a noite sobre a região de Bryansk, perto da Bielorrússia, da Crimeia e da região de Rostov (sul).
Na frente de batalha, Moscovo está a obter ganhos territoriais contra um exército ucraniano enfraquecido, a menos de dois meses da tomada de posse do próximo presidente dos EUA, Donald Trump.
A administração do Presidente cessante, Joe Biden, pediu na quarta-feira a Kiev que diminua a idade mínima para a mobilização militar, para 18 anos, em vez dos atuais 25, para compensar a falta de soldados face ao avanço das forças russas no terreno. Este apelo surge numa altura em que Trump pode adotar uma nova abordagem e levar Kiev a negociar com Moscovo.
ZAP // Lusa
Guerra na Ucrânia
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