Ex-apresentadora da TVI esteve 5 anos em tribunal com a televisão, promete revelar pormenores sobre o caso em entrevista a anunciar e já começou a expor dados do STJ.
Leonor Poeiras perdeu o processo judicial contra o canal, que decorreu durante os últimos cinco anos. A notícia foi partilhada pela própria nas redes sociais este sábado e, este domingo, a ex-apresentadora da TVI já começou a revelar detalhes sobre o processo.
“Perdi. Perderam todos os que passam recibos verdes à mesma entidade há anos e anos… os que vestem a camisola, os que dão tudo o que têm, em cada dia de trabalho”, começou por escrever a apresentadora.
A antiga apresentadora estava a exigir um milhão e 286 mil euros de indemnização por alegado despedimento sem justificação, depois de ter sido dispensada do canal — onde trabalhou por 17 anos — em maio de 2020.
A estação de Queluz de Baixo já tinha vencido o processo em fevereiro de 2023, mas Poeiras recorreu em janeiro do ano passado.
Agora, apesar de o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) reconhecer a possibilidade de existir um vínculo laboral no seu caso, considerou que a TVI conseguiu refutar essa presunção legal, algo que Leonor Poeiras considera errado.
“Na verdade, o Supremo Tribunal de Justiça entendeu que a presunção legal de contrato de trabalho com a TVI era abstratamente aplicável ao meu caso (17 anos), e que se tinha de ter por verificada tal presunção. Mas o STJ considerou que, da ‘análise de conjunto’ dos factos apurados a TVI teria conseguido iludir (afastar) tal presunção”, disse Leonor Poeiras.
“Presume-se a existência de um contrato de trabalho. Contudo, o STJ decide que não existe vínculo laboral porque o meu trabalho foi sempre autónomo (formatos internacionais incluídos)”, escreveu este domingo no X, em publicação acompanhada do acórdão.
Ora bem…
Presume-se a existência de um contrato de trabalho.
Contudo, o STJ decide que não existe vínculo laboral porque o meu trabalho foi sempre autónomo (formatos internacionais incluídos).— Leonor Poeiras (@leonor_poeiras) January 19, 2025
A ex-apresentadora anunciou que o seu advogado já está a avaliar o acórdão e as possibilidades de levar o caso a instâncias internacionais. Apesar da derrota, a apresentadora garantiu que não vai desistir de obter justiça.
“Vencida mas de todo não convencida, o meu advogado já está a analisar o acórdão e as hipóteses de fazer prosseguir a apreciação da questão, designadamente nas instâncias internacionais”, anunciou.
Com a sentença agora transitada, Leonor Poeiras está livre para dar entrevistas e partilhar pormenores sobre o processo.
“Posso agora finalmente falar de tudo o que se passou… e vou determinar a quem dar essa entrevista”, disse ainda, guardando agradecimentos ao filho, António, e à equipa de advogados que a acompanhou.
“A Cristina ajudou”
“Perdi o meu trabalho de sempre”, queixou-se a ex-apresentadora no programa da rádio Renascença As Três da Manhã, em junho do ano passado — uma de muitas vezes em que teceu várias críticas à TVI.
A antiga apresentadora da TVI revelou ainda no mesmo programa que a “patroa” da TVI, Cristina Ferreira, foi uma das suas testemunhas, que “ajudou a apurar a verdade”.
“Loja dos chineses” e José Figueiras
“A TVI é o vestido de gala da loja dos chineses, com as lantejoulas. Não estou a falar da parte da apresentação, estou a falar de um modo geral, os conteúdos são isso”, atirou no programa de Joana Marques, afastando o apelido de “tapa-buracos”, em comparações a José Figueiras.
“Nada contra o José Figueiras, mas acho que tenho outro carisma. Mas fui tapa-buracos muito tempo e foi exatamente por causa disso que tenho a honra de ter no currículo mais programas apresentados do que qualquer outro apresentador. Mais de 25 formatos, nenhum apresentador apresentou tantos formatos. E eu apresentei porque substituía-os a todos”, disse, citada pela Nova Gente.
“No outro dia perguntaram-me se não tivesse processado [a TVI], agora podia estar noutro canal. Esta pergunta nem sequer me faz sentido porque eu jamais aceitaria ser profundamente humilhada como fui naquele maio de 2020, por uma pessoa acabada de chegar onde eu já estava há 17 anos”, disse, referindo-se a Nuno Santos, Diretor-Geral da TVI.
