Enquanto Luís Montenegro, líder do PSD, fala numa traição do PS ao país, Carlos Guimarães Pinto diz que a saída de Pedro Nuno Santos do Governo acontece com três anos de atraso. IL avança com moção de censura.
Numa semana aproveitada pela oposição para destacar a instabilidade que se vive no Governo, como consequência das sucessivas demissões em pouco tempo, a saída de Pedro Nuno Santos foi mais um motivo para os partidos dirigirem fortes críticas ao executivo, apontando-lhe o fim da sua vida útil e reclamando uma mudança, sobretudo pela mão de Marcelo Rebelo de Sousa.
Luís Montenegro, líder do PSD, foi dos últimos líderes partidários a reagir, recorrendo à sua conta do Twitter para caracterizar o atual Governo como sendo de “truques, habilidades e trapalhadas” que geram instabilidade. “O PS traiu a confiança que o povo lhe concedeu. O PSD continuará hoje a exigir as explicações que faltam.”
Paulo Rangel, vice-presidente do PSD, anunciou que vai pedir a presença de António Costa no Parlamento, na próxima semana, para uma “explicação cabal” num debate de emergência que vai ser pedido pelo partido. Para Rangel, o Governo está numa “falta de rumo, coordenação e liderança política”. “A autoridade e credibilidade do primeiro-ministro saem fortemente abaladas.”
O social-democrata entende que a saída de Pedro Nuno Santos deixou uma “crise aberta” que é “muito grave“. Rangel atribui ainda as responsabilidades a António Costa, dizendo que “voltou em força o PS dos jobs for the boys e girls“.
Mais em cima do acontecimento, minutos após o anúncio tardio, André Ventura defendeu que a demissão do ministro das Infraestruturas era o momento de o “Presidente da República ponderar se está ou não em causa o normal funcionamento das instituições“, numa mensagem também deixada no Twitter. “Este Governo começa a ficar numa situação insustentável.”
Já Inês de Sousa Real, porta-voz, do PAN, preferiu destacar que a falta de respostas se mantém nos vários dossiers se mantêm, apesar da saída de Pedro Nuno Santos do Governo. “Todos temos relativamente às opções políticas feitas em torno da TAP, que infelizmente não é caso único! Banca, PPP’s rodoviárias, entre outros exemplos são sorvedouros de dinheiros públicos que fazem falta ao país”.
Por parte da Iniciativa Liberal Carlos Guimarães Pinto, deputado e fundador do partido, foi o primeiro a reagir. Defendeu que Pedro Nuno Santos “deveria ter-se demitido por ter desviado 3200 milhões para a TAP, prometendo o retorno que sabia que não aconteceria”. Para o liberal, foi esta a decisão “que mais prejudicou o país”. “Sai na semana em que passa o último cheque. É simbólico, mas vai com 3 anos de atraso.”
Também Tiago Mayan, antigo candidato presidencial, reagiu à demissão do ministro das Infraestruturas no Twitter, com farpas ao seu antigo adversário. “O castelo de cartas começa a desmoronar. O Joker Marcelo vai continuar a estar fora do baralho.”
Já ao início da manhã de hoje, João Cotrim Figueiredo reforçou aos jornalistas que “este estado de coisas não pode continuar, este governo não pode continuar. A IL irá apresentar uma moção de censura ao Governo de António Costa”.
Também o CDS-PP apelou ao Presidente da República para que dissolva o Parlamento e convoque eleições antecipadas.” Este governo PS é o Governo com a maioria absoluta mais absolutamente instável da democracia em Portugal”, afirmou Nuno Melo, líder dos democratas-cristãos. “Por muito menos, caíram outros governos em Portugal”.
“O ciclo socialista terminou, o Governo está esgotado, o país está novamente num pântano, o que põe em causa o normal funcionamento de instituições básicas do regime. Pelo que o CDS apela ao senhor Presidente da República para dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas, devolvendo a palavra aos portugueses para resolverem esta crise política”, realçou Nuno Melo.
Deitar o governo abaixo? Isso é o que eles PS estão á espera que aconteça. Para o Costa ir para um tacho da UE e possível candidatura do Nuno Santos á presidência do partido. Sim porque com este género de políticos Tudo é possível, até vendem a própria mãe caso seja necessário.
«…Desde um extremo ao outro do espectro partidário português, estes partidos são todos iguais no seu conservadorismo de regime. Fingem-se combater uns aos outros, só para enganar os Portugueses mais distraídos.
Porém, estão alinhados, todos e ainda que em estilos diversificados, sob as mesmas batutas que controlam a imposição do sistema político-constitucional ainda vigente…» – Alberto João Jardim in «A Tomada da Bastilha»
Este assunto é caso de “bomba atómica”. Só que o papagaio-mor não tem coragem para isso.