A pesquisa concluiu que deixar as crianças brincar ao ar livre ajuda a mitigar alguns dos efeitos negativos da exposição prolongada a ecrãs.
Um novo estudo publicado na JAMA Pediatrics descobriu que as crianças com dois anos que passam muito tempo a olhar para ecrãs desenvolvem menos capacidades de comunicação e práticas quando chegam aos quatro anos. No entanto, há um truque que ajuda a mitigar estes efeitos negativos da exposição aos ecrãs.
A pesquisa analisou 885 crianças desde os 18 meses até aos quatro anos de idade e examinou a correlação entre três fatores — o tempo médio diário que as crianças passavam expostas a ecrãs até aos dois anos, a quantidade de tempo que brincavam ao ar livre aos dois anos e oito meses, e o seu neurodesenvolvimento medido com a escala de comportamento adaptativo Vineland, aos quatro anos.
“Embora as habilidades de comunicação e de vida diária fossem piores em crianças de quatro anos que tiveram mais tempo de ecrã aos dois anos, o tempo de brincadeira ao ar livre teve efeitos muito diferentes nesses dois resultados de neurodesenvolvimento”, explica Kenji J. Tsuchiya, autor principal do estudo.
“Ficamos surpresos ao descobrir que brincar ao ar livre realmente não alterou os efeitos negativos do tempo dos ecrãs na comunicação, mas teve um efeito nas habilidades do quotidiano”, acrescenta.
Quase um quinto dos efeitos negativos foram reduzidos com a brincadeira ao ar livre. Apesar de não estar ligada ao tempo de exposição aos ecrãs, a capacidade de socialização das crianças com quatro anos que passavam mais tempo a brincar ao ar livre quando tinham dois anos e oito meses, relata o SciTech Daily.
“Em conjunto, as nossas descobertas indicam que otimizar o tempo de ecrã em crianças pequenas é realmente importante para o neurodesenvolvimento adequado”, refere Tomoko Nishimura, autora sénior do estudo.