Trump quer acabar com Departamento da Educação. “Não precisamos dele”, diz Secretária… da Educação

Casa Branca / Wkimedia Commons

Donald Trump em visita a uma escola norte-americana

Depois do Departamento de Inclusão, Trump quer também fechar as portas do Departamento da Educação. Em causa ficam milhares de trabalhos e o financiamento de milhares de escolas. Mas há também um novo gabinete que se cria na Casa Branca: o Religioso.

Donald Trump disse esta semana que quer que a sua nova Secretária da Educação, Linda McMahon, “se ponha a milhas” e encerre o Departamento.

O próprio Instituto de Ciências da Educação norte-americano, segundo avança a AP, já teve as suas verbas cortadas e vários funcionários foram despedidos, em consequência dos “cortes” nas despesas do Estado organizadas pelo Departamento de Eficiência, liderado por Elon Musk.

O Departamento de Educação, para além de regular situações como as de alunos em situação de pobreza ou questões de discriminação, é também responsável pela distribuição milhares de milhões de dólares a faculdades e escolas, e pela gestão das bolsas dadas a estudantes. Sem ele, essas tarefas têm de ser realizadas por outras agências, mas ninguém comenta quais.

Ao contrário de Portugal, onde as escolas públicas são quem mais beneficia dos apoios do Estado, nos EUA são os colégios e Universidades quem mais dependem de bolsas de investigação ou apoios ao pagamento de propinas.

Trump prometera, antes e depois de tomar posse, que cortaria as verbas para escolas e colégios que promovam “a teoria crítica da raça, a insanidade dos transgéneros e outros conteúdos raciais, sexuais ou políticos inadequados” e recompensaria os estados e escolas que acabassem com a proteção aos professores.

Entrevistada pela Fox News esta sexta feira, a própria Secretária da Educação diz concordar com a vontade de Trump (que teria de passar pelo Senado e exigiria o apoio dos Democratas, o que será difícil de obter).

“Precisam deste departamento?”, questionou a jornalista. McMahon respondeu: “Não, não precisamos”.

Sobre os cerca de 4.200 funcionários desse departamento que arriscam agora perder os seus empregos, disse que “sempre que se fala em encerrar um departamento, os funcionários que lá estão preocupam-se com os seus empregos“, mas apontou para as 7,6 milhões de vagas de emprego que existem nos EUA. “Penso que haverá muitos sítios para onde irem, comentou.

Uma das primeiras medidas de Donald Trump foi também a suspensão da atividade do Departamento da Diversidade, Equidade e Inclusão. Argumentou querer travar “preferências perigosas, humilhantes e imorais baseadas na raça e no sexo”.

Novo gabinete religioso

Por outro lado, há um novo gabinete que será criado pela nova administração Trump: o gabinete religioso.

De acordo com a Casa Branca, o objetivo do novo gabinete é combater o “preconceito anti-cristão”, segundo explicava a Reuters no mês passado.

“A missão deste grupo de trabalho será travar imediatamente todas as formas de perseguição e discriminação anti-cristã no seio do governo federal, incluindo no DOJ, que foi absolutamente terrível, no IRS, no FBI e noutras agências”, disse Trump.

O presidente assegurou também que quer “processar totalmente a violência e o vandalismo anticristão na nossa sociedade e mover o céu e a terra para defender os direitos dos cristãos e crentes religiosos em todo o país”.

Trump criou um gabinete semelhante na Casa Branca durante o seu primeiro mandato e consultava regularmente um grupo restrito de conselheiros evangélicos.

E não é o único membro religioso da casa Branca: esta quarta feira, o secretário de Estado Marco Rubio deu uma conferência de imprensa com uma cruz pintada na testa, em representação, alegadamente, da quarta-feira de cinzas, data religiosa que se celebrava nessa data.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.