“Trump vai ser melhor do que vocês pensam”

The White House / Wikimedia

Donald Trump com Boris Johnson

Boris Johnson distancia-se de algumas ideias de Donald Trump mas destaca a firmeza do futuro presidente dos EUA.

Desde que Donald Trump venceu as eleições presidenciais nos EUA, começou logo a espalhar-se a pergunta: e agora?

Sobretudo na Ucrânia, já que Trump é claramente contra o envio de tantas armas, de tanto apoio, aos ucranianos – numa guerra contra o seu “amigo” Vladimir Putin.

Mas também se coloca a mesma pergunta nos EUA e… na Europa. Por razões ainda por explicar detalhadamente, o futuro presidente dos EUA não é propriamente o melhor amigo dos europeus.

Logo no dia seguinte às eleições, a eurodeputada Marta Temido avisou: “Sabemos a pouca amizade que Trump nutre pela União Europeia, pelas instituições europeias. Trump não gosta da União Europeia e fará todos os esforços para minar a nossa imagem, os nossos valores, a nossa presença no mundo”.

Mas agora surge uma opinião diferente de um influente político europeu: Boris Johnson.

Em entrevista à revista L’Express, o antigo primeiro-ministro britânico começou por se distanciar de ideias do futuro presidente dos EUA.

“Essas comparações são enganadoras. Por exemplo, discordo claramente das tarifas (aduaneiras) que Trump promete. Considero esta abordagem ao comércio repreensível e excêntrica; não será bom para os EUA, nem para o mundo”.

“Em segundo lugar, não se encontrará um político britânico, muito menos no moderno Partido Conservador, que apoie as suas posições sobre a posse de armas ou o aborto”, continuou.

Além disso, Boris Johnson lembrou que “não apreciou nada” a invasão ao Capitólio em 2021: “Quando se perde uma eleição, sai-se de cena. Trump não fez isso. Achei isto muito triste e imoral. Eu disse-lhe e repeti muitas vezes”.

Depois destas ressalvas, começou a mudar o discurso: “No entanto, há áreas em que penso que a comunicação social de esquerda sente falta do que Trump pode trazer ao mundo de hoje”.

O político inglês acha que Donald Trump pode fazer algo importante numa “questão fundamental” actual: a forma como defendemos a democracia e a liberdade em todo o mundo.

A guerra na Ucrânia é “o teste final para todos nós”, entre Europa, França, Grã-Bretanha, “mas, neste momento, nenhum de nós está a fazer o suficiente” – e recorde-se que Trump assegurou que vai acabar com a guerra em 24 horas quando voltar à Casa Branca.

Por isso, Boris Johnson acredita que a “firmeza” das políticas de Trump pode ajudar em assuntos essenciais na geopolítica mundial.

E atira: “Vai ser melhor do que vocês pensam”.

ZAP //

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