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Trump quer restringir entrada de sobreviventes do furacão Dorian

Peter Foley / EPA

O presidente norte-americano, Donald Trump, quer restringir a entrada de sobreviventes do furacão Dorian, alegando que as Bahamas estão cheias de “membros de gangues muito maus”.

Centenas de sobreviventes do furacão Dorian, vindos das Bahamas, tiveram de abandonar um navio humanitário por não terem vistos de entrada nos EUA. Os Serviços Alfandegários e de Proteção de Fronteiras (CBP) não autorizaram que os passageiros desembarcassem em Fort Lauderdale, na Flórida, naquela que foi uma “decisão de última hora”.

“Temos de ter muito cuidado. Toda a gente necessita de documentação apropriada. Não quero deixar entrar nos EUA pessoas que não deviam estar nas Bahamas, incluindo pessoas muito más“, disse Donald Trum, citado pela Rádio Renascença.

Entretanto, Mark Morgan, responsável do CBP, já veio falar a público, alegando que houve uma falha de comunicação em relação à entrada dos sobreviventes. “Vamos aceitar todas as pessoas que, por razões humanitárias, tenham que vir para cá”. No entanto, pessoas com crimes graves no cadastro serão rejeitadas.

Cerca de 4.500 pessoas foram já deslocadas das suas casas nas ilhas Abaco e Grand Bahama, as mais devastadas após a passagem do furacão Dorian pelas Bahamas, divulgaram na segunda-feira as autoridades locais.

Em conferência de impresa, o porta-voz da Agência de Gestão de Emergências das Bahamas (NEMA), Carl Smith, indicou que a maioria teve de se deslocar para Nassau, a capital deste arquipélago das Caraíbas.

O último balanço oficial aponta para 45 mortos, mas o número de vítimas deverá aumentar nos próximos dias, segundo o Comissário da Polícia, Anthony Ferguson. Pelo menos trinta e sete morreram nas ilhas Abaco e oito nas Grand Bahama.

As Nações Unidas calculam que há centenas de desaparecidos e 70 mil pessoas necessitam de ajuda humanitária urgente.

O Dorian, que no último fim de semana deixou mais de 200 mil pessoas sem luz na costa atlântica do Canadá, devastou primeiro o arquipélago das Bahamas, sobre o qual permaneceu por muito tempo, quase imóvel, com chuvas torrenciais.

Segundo o primeiro-ministro do arquipélago, Hubert Minnis, 60% de Marsh Harbour, a principal cidade das Ábaco, ficou destruída.

Os ventos fortes e as águas castanhas e lamacentas destruíram ou danificaram gravemente milhares de casas, incapacitando a atividade de hospitais e deixando muitas pessoas presas em sótãos.

ZAP // Lusa

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