Uma troca de emails na Doyen prova o recurso a um esquema de negócio fictícios no FC Porto para o recebimento ilícito de comissões na compra e venda de jogadores.
Em causa está uma troca de correspondência eletrónica, a 23 de dezembro de 2014, entre Pedro Henriques, responsável da Doyen, e Nélio Lucas, que negociava jogadores pelo fundo de investimento. A notícia é avançada esta terça-feira pelo Correio da Manhã.
Segundo o matutino, os emails referiam o pagamento de 280 mil euros pela observação de jogadores que tinha de ser feito à empresa de Pedro Pinho e Alexandre Pinto da Costa.
Era preciso arranjar uma forma de simular um contrato de prestação de serviços para justificar aqueles gastos. Já tinha sido feito um primeiro pagamento de 140 mil euros, com recurso a um documento falso, faltando um novo para o valor restante.
No assunto do email de Pedro Henriques lê-se: “Fatura PESARP e contrato de prestação de serviços para sustentar esta fatura”.
“Envio te copia da fatura da PESARP, Pedro Pinho/Alexandre, e ainda contrato de prestação de serviços que fiz para sustentar este pagamento. Ainda existe outra fatura do mesmo valor da empresa Energy Soccer que também estou a fazer contrato de prestação de serviços e que te remeterei ainda hoje. Diz me se está bem assim ou se queres fazer alterações”, lê-se no email enviado a Nélio Lucas.
Pedro Henriques anexa depois um novo contrato, explicando que vai enviar a um funcionário da PESARP para confirmar se está tudo OK.
Entre 2012 e 2016, o FC Porto pagou à Vela, uma empresa sediada em Malta que pertencia a Nélio Lucas, cerca de 1,6 milhões de euros. Deste valor, 1,58 milhões foram transferidos para a Energy Soccer — a que pertence Alexandre Pinto da Costa —, por serviços que na realidade não existiram.
O Ministério Público considera que não há duvidas de que os pagamentos tinham como destinatário Jorge Nuno Pinto da Costa e algumas pessoas que lhe eram próximas.
O presidente do FC Porto falou, este domingo, sobre as recentes buscas à SAD do clube, no âmbito da Operação Cartão Azul, e das suspeitas que recaem sobre a sua pessoa.
Sobre as recentes buscas no âmbito da Operação Cartão Azul e das suspeitas que recaem sobre si relativamente a alegados desvios de comissões de transferências, o presidente azul e branco disse que não há nenhum documento que comprove estas acusações.
“Eu desafiei-os a apresentar nas minhas contas ou nas contas de quem eles dizem que pagou as comissões um documento comprovativo disso. No dia em que me apresentarem, e não podem apresentar porque não existe, eu deixaria o FC Porto. Como isso não existe a não ser na cabeça de alguns, continuo no FC Porto”, afirmou.
Ele não disse que não foi pago, mas confia que não há prova
Exacto!!!!
Pois, documentos não existem… seria demasiado estúpido – até para ele – que existissem “recibos” de operações ilegais.
Se existissem, as operações seriam legais, sobre cujos montantes se teriam pago os devidos impostos.
A chatice é que mesmo que não existam os tais “documentos”, há mensagens e conversas e, se calhar, alguém a quem não trataram como deviame que se chateou e agora vai “botar a boca no trombone”.
Mas isto não é só no fêquêpê… aí será pior, porque há séculos que este tipo lá está; não havendo mudanças, o sistema afina-se e perpetua-se.
Mas os outros são da mesma malta. Os “grandes”, em grande, os pequenos “escumalhita miúda”, mas não escapa nem um…
Futebol e seus meandros esquisitos e claramente apadrinhados pelos vários desgovernos… VERGONHA