Três cidadãos portugueses foram detidos pela Guardia Civil em La Rioja, acusados de manter em condições de semi-escravatura outros cerca de 40 portugueses para trabalhar naquela região, informou hoje a polícia espanhola.
“Efetivos da Guardia Civil em La Rioja, no quadro da Operação ‘FIMDEL’, procederam ao desmantelamento de uma nova rede de exploração laboral radicada nesta província, que se saldou na detenção de três homens de 40, 49 e 54 anos, naturais de Portugal e residentes em La Rioja, como alegados autores num delito contra os direitos dos trabalhadores”, informou a polícia espanhola em comunicado.
As autoridades espanholas explicaram que o “responsável pela rede captava vítimas no seu país de origem, escolhendo principalmente homens em risco de exclusão social, facilmente influenciáveis, com escassa qualificação laboral e, em algumas ocasões, dependentes do álcool”.
O cabecilha português aliciava os trabalhadores com a promessa de boa remuneração (essencialmente em trabalhos agrícolas), alojamento e seguro, mas quando chegavam à região de La Rioja (conhecida por ser a zona vinícola de Espanha) eram “amontoados” em duas casas, em Entrena e Sorzano, “nas quais sofriam situações de semi-escravatura e péssimas condições de higiene e salubridade”.
“As vítimas eram distribuídas por diferentes pontos de La Rioja como mão-de-obra barata para a realização de diversos trabalhos agrícolas, chegando a fazer jornadas de até 10 horas diárias por 50 euros, que na maioria dos casos se ficavam por 15 euros ou menos, após ser-lhes descontados gastos de alojamento, manutenção, tabaco, álcool e transporte”, relatou a Guardia Civil.
Além do responsável máximo da rede, foram detidos outros dois portugueses, “responsáveis pelo controlo e vigilância dos trabalhadores”. Os trabalhadores eram ameaçados e, em algumas ocasiões, impedidos de se relacionarem com amigos e família.
A polícia espanhola não especificou a data das detenções dos três portugueses, referindo apenas que as investigações e consequentes ações policiais começaram em junho passado.
As provas recolhidas desde junho – e os testemunhos de algumas das vítimas – permitiram a detenção dos três portugueses.
// Lusa
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