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Tratamento-piloto devolve movimentos a pacientes com Parkinson

Um tratamento-piloto foi capaz de devolver os movimentos a alguns pacientes diagnosticados com doença de Parkinson crónica.

Um tratamento-piloto desenvolvido por uma equipa de cientistas da Universidade de Western, em Ontário, no Canadá, foi capaz de devolver os movimentos a alguns pacientes de Parkinson.

O estudo foi apresentado no no 21º Congresso Internacional da Doença de Parkinson e dos Distúrbios do Movimento, em 2017. Segundo a BBC, o estudo sugeria que a estimulação elétrica da medula espinhal poderia aumentar a possibilidade dos pacientes de realização de atividades diárias, ao mesmo tempo que diminuía os episódios de congelamento de marcha.

Depois de testado, o tratamento fez com que alguns pacientes fossem capazes de andar livremente. À BBC, o diretor da Fundação Nacional para o Parkinson no Centro de Ciências da Saúde de London, em Ontário, Mandar Jog, afirma que os resultados do método nos paciente vão além dos seus “sonhos mais loucos”.

“A maior parte dos nossos pacientes tem a doença há 15 anos e nunca caminhou com confiança. A evolução de estarem presos em casa e de apresentarem um grande risco de quedas até conseguirem viajar ou ir ao shopping é notável”, afirmou o investigador.

Grande parte dos doentes demonstra mais dificuldades em andar à medida que a doença avança. A atividade normal de caminhar envolve uma troca de instruções entre o cérebro e as pernas. Mandar Jog acredita que a doença de Parkinson reduz os sinais que voltam ao cérebro quando a atividade está concluída, quebrando o ciclo de instruções e fazendo com que o paciente não consiga andar.

O implante desenvolvido tem como objetivo ampliar esse sinal, permitindo que o paciente ande normalmente.

“Esta é uma terapia de reabilitação completamente diferente. Nós achávamos que os problemas de movimento ocorreriam em pacientes com Parkinson porque os sinais do cérebro para as pernas não estavam a ser transmitidos, mas parece que são os sinais que deviam voltar ao cérebro que estão degradados“, explica o investigador, também docente da Universidade de Western.

A equipa de cientistas concluiu que, antes de os pacientes receberem os estímulos elétricos, as áreas que controlavam o movimento não funcionavam adequadamente. Contudo, depois de alguns meses, essas áreas pareciam restauradas. Mandar Jog mostrou-se surpreendido ao perceber que o tratamento era duradouro e que funcionava mesmo quando o implante estava desligado.

Gail Jardine foi uma das pacientes a beneficiar do tratamento. Segundo o Público, antes de receber o implante, Gail tinha vários episódios de congelamento de marcha e caía várias vezes por dia.

“Agora posso andar muito melhor. Não caio desde que comecei o tratamento e isso deu-me mais confiança. Estou ansiosa para dar mais passeios com o [marido] Stan ou talvez até fazê-lo sozinha”, conta à BBC.

ZAP //

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