Andrew Devine faleceu aos 55 anos. É oficialmente a 97.ª pessoa a morrer por causa do desastre em 1989, em Sheffield.
De 15 de abril de 1989 até 27 de julho de 2021 passaram mais de 32 anos mas a denominada «tragédia de » originou mais uma vítima, nesta terça-feira: Andrew Devine.
O adepto do Liverpool tinha 55 anos (tinha 23 no dia do jogo) e era uma das pessoas que iriam assistir ao vivo à meia-final da Taça de Inglaterra de 1988/89, entre Liverpool e Nottingham Forest. O jogo iria ter lugar no Estádio Hillsborough, em Sheffield.
Lotação esgotada e uma das bancadas sobrelotada, ainda antes do início da partida. Atrás de uma das balizas, numa zona em que só havia pessoas em pé, era claro que estavam pessoas a mais. Oito minutos antes das 15h, hora de início da meia-final, a polícia decidiu abrir um dos portões de saída.
Cerca de duas mil pessoas entraram em cinco minutos – e muitas delas deslocaram-se para a bancada que já estava esgotada.
O jogo ainda começou mas só durou sete minutos: muitos adeptos começaram a aparecer no relvado, a polícia interrompeu o encontro e os jogadores saíram do relvado, numa altura em que dezenas de pessoas já estavam a ser esmagadas na bancada.
Foi a maior tragédia humana de sempre no desporto britânico: 94 pessoas morreram naquele dia. Uma vítima faleceu poucos dias depois, no hospital. A 96.ª vítima morreu quatro anos depois.
E agora faleceu Andrew Devine. Andrew passou estes 32 anos em estado vegetativo. Ficou com danos cerebrais irreversíveis quando foi esmagado em Hillsborough. Iria viver só mais seis meses, segundo os médicos na altura.
Quando o Liverpool foi campeão europeu, há dois anos, James Milner pediu para que o autocarro que transportava a taça da Liga dos Campeões parasse em frente à casa de Andrew.
O grande rival do Liverpool, o Everton, já lamentou o falecimento do adepto do adversário:
https://twitter.com/Everton/status/1420501067385778176