Só dois partidos não defenderam eleições antecipadas, no encontro com Ireneu Barreto. Acordo PS-PCP seria “um horror”.
Ireneu Barreto, o representante da República para a Madeira, recebeu no Funchal a maioria dos partidos com representação na Assembleia Regional da Madeira, para entender o que fazer depois da demissão do presidente Miguel Albuquerque.
O CDS-PP, que defendeu a saída imediata do líder do Governo, chegou ao Palácio de São Lourenço para reforçar que o acordo com o PSD ainda está “válido, não caducou”. Ou seja, defende um novo Governo, com novo líder, sem eleições antecipadas: “Um novo Programa de Governo funcionaria como uma moção de confiança e, logo a seguir, apresentaria também um orçamento, dando aqui uma esperança e um recomeço”, afirmou Rui Barreto.
O JPP tem uma ideia contrária. Defende eleições antecipadas para resolver esta “trafulhice política” que afeta “gravemente a vida da população madeirense e das empresas”, afirmou Filipe Sousa, que considera que o atual Governo está a adiar o processo com um único objetivo: “Manter este ‘status’ quando a legitimidade democrática está em causa”.
O Chega também quer eleições mais cedo. E sem coligação pré-eleitoral: “Vamos a eleições sozinhos e o que queremos é que a Madeira, no fundo, tenha um Governo estável, um governo de qualidade e de futuro para a região”, comentou Miguel Castro – que assegurou que o Chega não foi contactado pelo PS para estabelecer qualquer acordo.
Para o PCP, o desfecho é claro: “Não há negociações, há eleições. Quando nós pedimos eleições, não estamos a falar em negociações”. Edgar Silva acrescentou: “Esta é uma situação lamentável, é uma vergonha, este pântano a que conduziram a região. Nós não somos todos corruptos”. Questionado sobre um eventual acordo entre comunistas e PS, a resposta foi imediata: “Ah, que horror”.
A IL prolonga a tendência de eleições antecipadas, a única solução para este “fadário”, segundo Nuno Morna. E avisou: “Eu estou muito crente de que isto vai continuar, isto não se vai resolver por incapacidade dos partidos da maioria”. Aqui sim, a IL foi contactada pelo PS; mas, para já, não há reuniões com os socialistas.
Além do CDS, só o PAN não quer eleições antecipadas e também está disponível para apoiar um novo Governo Regional. Mónica Freitas, que também assinou acordo para formação do Governo, anunciou que as obras na Estrada das Ginjas e no teleférico do Curral das Freiras (prioridades do PAN) foram suspensas.
O BE está pronto para eleições antecipadas. A coligação à direita “tem andado sempre com muita instabilidade, sempre a mudar de opinião, e, nesse sentido, nós consideramos que não há condições para que haja a garantia de uma legislatura completa”, analisou Dina Letra.
Só faltam ser ouvidos dois partidos: PSD e PS.
ZAP // Lusa