Dia de tombo para a Jerónimo Martins

Inácio Rosa / Lusa

O presidente do conselho de administração do grupo Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos

Dona do Pingo Doce desiludiu nas vendas na Polónia e, logo no dia seguinte, as ações deram sinais.

A bolsa de Lisboa encerrou nesta sexta-feira em baixa, com o índice PSI a perder 0,79% para 6.537,66 pontos, pressionado por um tombo de 7,17% da Jerónimo Martins.

O desempenho da bolsa de Lisboa contrariou as subidas das principais bolsas europeias. Paris avançou 1,05%, Frankfurt 0,95%, Madrid 0,90%, Milão 0,73% e Londres 0,64%.

Das 16 cotadas que integram o índice de referência da bolsa, sete subiram, oito desceram e uma ficou inalterada (Ibersol).

A Jerónimo Martins, uma das cotadas com maior peso no PSI, liderou as descidas e caiu 7,17% para 20,98 euros.

Logo de manhã já se verificava uma queda para a empresa, que pouco depois das 10h via as suas ações cair 6,06%.

Isto porque, na quinta-feira, após o fecho do mercado, a Jerónimo Martins divulgou os dados preliminares das vendas em 2023, indicando que cresceram 20,6%, para 30,6 mil milhões de euros.

A empresa que detém o Pingo Doce revelou que a polaca Biedronka obteve vendas de 21,5 mil milhões de euros, um aumento de 22,3% em relação a 2022.

No entanto, o crescimento no último trimestre do ano passado ficou abaixo das expectativas – especialmente na Biedronka.

Na loja polaca, a subida das vendas like-for-like (LFL) – sem contar com aberturas de lojas – desacelerou até mais do que a travagem da inflação.

“As vendas a nível geral aumentaram, mas no principal mercado, a Polónia, desiludiram e ficaram abaixo do consenso dos analistas, o que explica a queda das ações”, explicou ao ECO, Pedro Oliveira, trader da Go Bulling, parte do Banco Carregosa.

Esse último trimestre confirma um cenário mais pressionado na Polónia, e também na Colômbia, onde a Jerónimo Martins tem mais de mil lojas Ara.