Tiu França vestiu-se de Joker e explodiu-se. Tentou entrar no Supremo de Brasília com explosivos

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André Borges / EPA

Polícia após alegado atentado suicida junto ao Supremo Tribunal Federal de Brasília.

Polícia após alegado atentado suicida junto ao Supremo Tribunal Federal de Brasília.

Um homem de 59 anos morreu vítima de uma explosão no seu carro, em Brasília, num alegado atentado suicida depois de ter tentado entrar com explosivos no Supremo Tribunal Federal de Brasília.

O Governo do Distrito Federal de Brasília confirmou que as explosões registadas no coração da capital do Brasil foram um ataque suicida de um homem que tentou entrar na sede do Supremo Tribunal Federal (STF).

A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, disse que “Tiu França”, como era conhecido o homem de 59 anos, tentou entrar com explosivos no Supremo.

Antes disso, explodiu um artefacto num carro no estacionamento entre o STF e um anexo da Câmara dos Deputados.

Depois, dirigiu-se ao STF e “tentou entrar com os dispositivos”, salientou Celina Leão numa conferência de imprensa, detalhando que a explosão aconteceu à porta do Supremo.

“A informação preliminar é de que foi um suicídio“, não havendo qualquer outra pessoa identificada até ao momento, acrescentou a vice-governadora.

“Tiu França” era do partido de Bolsonaro

A polícia já identificou o homem que morreu como o proprietário do carro que explodiu. Trata-se de Francisco Wanderley Luiz, membro do Partido Liberal que é liderado pelo ex-Presidente do Brasil Jair Bolsonaro.

O homem de 59 anos era mais conhecido por “Tiu França”, nome com que se tornou famoso nas redes sociais e com o qual concorreu às eleições estaduais no Rio do Sul em 2020, sem ter conseguido ser eleito.

Vestia roupas alusivas a Joker

Na altura do ataque em Brasília, teria vestidas roupas estampadas com os naipes de um baralho de cartas num fundo de cor verde-escuro, numa possível alusão à personagem Joker da banda desenhada da DC Comics, como adianta o jornal Folha de S. Paulo.

Antes das explosões, “Tiu França” fez várias publicações nas redes sociais a anunciar que ia iniciar “uma revolução” e desafiando a Polícia Federal a encontrar as alegadas bombas que teria colocado nas casas de figuras como Geraldo Alckmin (vice-presidente do Governo de Lula da Silva), William Boner (jornalista da TV Globo) e os ex-presidentes do Brasil Fernando Henrique Cardoso e José Sarney.

Usou termos como “comunistas” e “velhos nojentos” para se referir a estas personalidades, conforme apurou a Rádio Amanda FM que teve acesso às publicações.

Também referiu estar a receber “revelações” extraterrestres e ameaçou ministros do STF, líderes do Senado e da Câmara, pedindo o afastamento de Lula da Silva e de Bolsonaro da política.

Eu não gosto do número 13. Tem cheiro de carniça igual cachorro quando morre”, terá também escrito Tiu França nas redes sociais, como cita a imprensa brasileira. O ataque ocorreu precisamente no dia 13 de Novembro.

Actualmente, trabalhava como chaveiro.

Praça dos Três Poderes isolada

Tiu França também terá tentado atirar explosivos contra a estátua da Justiça em frente ao Supremo antes de ter morrido na explosão no seu carro.

A Praça dos Três Poderes, que alberga as sedes do Supremo, do Congresso e da Presidência, foi isolada e vai permanecer encerrada até que haja garantia de segurança no local.

Na altura das explosões, estavam a decorrer sessões de plenário na Câmara e no Senado.

Lula da Silva, Presidente do Brasil, já não se encontrava no Palácio do Planalto quando as explosões foram sentidas.

Até ao momento, o Governo Federal brasileiro ainda não reagiu ao incidente.

As sessões na Câmara dos Deputados estão suspensas até ao meio-dia de quinta-feira e as do Senado durante todo o dia.

A 8 de Janeiro de 2023, milhares de radicais atacaram o edifício do STF, juntamente com o Palácio do Planalto e o edifício do Congresso.

O ataque está a ser tratado pela justiça brasileira como uma tentativa de golpe contra o Presidente brasileiro, tendo ocorrido oito dias depois da sua tomada de posse como chefe de Estado, após derrotar Bolsonaro nas eleições presidenciais.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Francisco Wanderley Luiz, direitista convicto. Homem leal, honesto, defensor dos bons costumes da família tradicional brasileira.

    Entretanto, já foi preso em flagrante por crime de lesão corporal na cidade de Rio do Sul em 2012, conforme editado pelo jornal Extra.

    Este cidadão, apesar de tantas qualidades que agregam os radicais de direita, em maio de 2013 foi condenado pelo crime de contravenção.

    Cansado de tanta sujeira na política, ele, como um ser ilibado que se julgava ser, candidatou-se a vereador em Rio do Sul (SC), nas eleições municipais de 2020, mas graças a Deus não foi eleito.

    Na ocasião, declarou ter um patrimônio de R$ 263 mil, incluindo a posse de três veículos, uma moto e um prédio residencial de dois pavimentos na região urbana de Rio do Sul, ou seja, não era um ser desprovido financeiramente e nem alguém que passasse por dificuldades financeiras como boa parte dos brasileiros.

    Desde a fracassada tentativa de golpe de estado da direita, em janeiro de 2022, que começou a arquitetar uma vingança e em agosto último, postou uma foto dentro do plenário do STF, escrevendo na legenda que “deixaram a raposa entrar no galinheiro”.

    Na ânsia de tornar-se um herói nacional e servir de exemplo para outros direitistas ultranacionalistas, escolheu o dia 13/11/2024 para o grande acontecimento que ele mencionou nos posts em sua rede social, marcando que ele morreria no dia 13, em homenagem ao PT.

    Acionou os explosivos amarrados no seu interior do seu carro por meio de um detonador e o explodiu no estacionamento da Câmara dos Deputados.

    Em seguida, retirou mais explosivos de sua mochila, deitou-se no chão da Praça dos 3 Poderes e detonou o artefato, sujando todo o chão com os farelos ocos dos seus miolos.

    Isso prova o grau de inteligência que os direitistas têm.

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