Timor-Leste quer exploração de petróleo onshore com parceiros da CPLP

Alex Castro / Flickr

Porto de Díli, Timor Leste

Porto de Díli, Timor Leste

A Timor Gap está a consultar os seus parceiros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para fazerem um consórcio para exploração “onshore” em Timor-Leste, revelou hoje o presidente da empresa petrolífera timorense, Francisco Monteiro.

“A ideia é a criação de um consórcio das empresas nacionais dos Estados-membros da CPLP e à Timor Gap foi delegado a coordenação deste processo e conseguimos já fazer alguns contactos”, disse Francisco Monteiro.

A criação de um consórcio de exploração petrolífera com as empresas estatais de hidrocarbonetos da CPLP tinha já sido defendida pelo primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e apoiada pelo Presidente do país, Taur Matan Ruak.

Segundo Francisco Monteiro, o objetivo é “mobilizar esforços conjuntos dos Estados-membros para exploração petrolífera na zona terrestre de Timor-Leste”, principalmente na costa sul.

Questionado pela agência Lusa sobre os contactos já efetuados, Francisco Monteiro disse que já esteve em Portugal, em 2013, a falar com a Galp Energia e autoridades portuguesas e que em fevereiro passado falou com Moçambique e São Tomé e Príncipe.

“Em Moçambique falámos com o ministro dos Recursos Naturais, com a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos e com o Instituto Nacional do Petróleo, em São Tomé e Príncipe com a Agência Nacional do Petróleo e autoridades”, disse.

“Todos eles estão interessados na iniciativa. Consideraram uma iniciativa nobre, que também reforça os laços entre os membros e que permite uma evolução para o nível das relações económicas”, acrescentou.

Em relação ao Brasil, a Cabo Verde e a Angola, Francisco Monteiro disse que Cabo Verde “já manifestou vontade” e que aguarda resposta de Angola.

“O Brasil, através da Petrobras, já manifestou que neste momento a empresa não está em condições para participar neste consórcio devido às necessidades internas. Compreendemos que a prioridade do Brasil esteja nos seus recursos internos”, disse Francisco Monteiro.

O objetivo de Timor-Leste é que o consórcio seja concretizado durante a presidência timorense da CPLP.

Timor-Leste assume pela primeira vez a presidência da CPLP durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo, que se deverá realizar em Díli entre 20 e 25 de julho, segundo o governo timorense.

A Timor Gap está a trabalhar no projeto em conjunto com a Autoridade Nacional do Petróleo timorense.

Criada em 2011, a Timor GAP atua em nome do Estado timorense na condução de negócios no setor petrolífero e do gás, incluindo a realização de atividades em terra e no mar, no âmbito nacional e internacional.

A empresa petrolífera timorense assinou o seu primeiro contrato de partilha em abril de 2013 com a ENI e a INPEX para explorar a Área de Desenvolvimento Petrolífero Conjunto, localizada a 240 quilómetros a sul de Díli e a 500 quilómetros a noroeste de Darwin.

Na parceria, a Timor Gap detém 24 por cento.

/Lusa

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