O vice-presidente executivo da Comissão, Frans Timmermans, encarregado de supervisionar a acordo, pediu na segunda-feira uma atuação conjunta dos Estados Unidos (EUA) e da União Europeia (UE) para lidar com a crise climática e outras ameaças do século 21.
“Só se reinventarmos a nossa relação transatlântica, à luz dos desafios de hoje e de amanhã, poderemos sair desses de uma forma que esteja em consonância com os nossos valores fundamentais”, afirmou, citado esta sexta-feira pela Time.
Meses antes do início da pandemia, a Comissão Europeia anunciou o Acordo Verde, uma iniciativa para enfrentar as alterações climáticas, cortando as emissões europeias em 55% na próxima década e colocando o bloco em posição de as eliminar totalmente até 2050.
Timmermans pediu ao governo norte-americano que fornecesse detalhes sobre o seu plano de cortar a produção de carbono do país em mais de 50% na próxima década e eliminá-lo inteiramente até 2050, algo que a administração de Joe Biden ainda não fez.
Já a UE lançou o Acordo Verde, que inclui desde as emissões em habitações até a transição para veículos elétricos. “O que fizemos na Europa foi um plano”, disse Timmermans. “E é nisso que eu gostaria de trabalhar com meus amigos norte-americanos: criar um plano. Para ser neutro em carbono até 2050, onde precisa estar em 2040? Onde precisa estar em 2030? E o que isso significa para os próximos dois anos?”, sublinhou.
Apontou o corte dos subsídios aos combustíveis fósseis como uma das áreas-chave para os EUA, esperando por mais informações sobre o modo como o país planeia lidar com as importações de produtos com alto teor de carbono de zonas que não estão a tomar as medidas necessárias para enfrentar as mudanças climáticas.
O responsável elogiou a decisão dos EUA de duplicar o financiamento no combate às mudanças climáticas dos países em desenvolvimento, o que poderia ajudar a impulsionar novos compromissos europeus no mesmo sentido.
Grande parte da discussão pública sobre as implicações das mudanças climáticas está concentrada nas condições meteorológicas e outros efeitos visíveis, como incêndios ou aumento do nível do mar. Timmermans destacou que a mudança climática também ameaça as normas ocidentais.