Theresa May pede desculpa por gestão do incêndio na torre em Londres

The Prime Minister's Office / Flickr

A primeira-ministra britânica Theresa May

A primeira-ministra britânica Theresa May

A primeira-ministra do Reino Unido apresentou desculpas pela forma como as autoridades responderam inicialmente ao incêndio na torre Grenfell, em Londres, que fez na semana passada pelo menos 79 mortos.

Numa intervenção no Parlamento, Theresa May declarou: “O apoio inicial que foi dado às famílias não esteve à altura. As autoridades locais e nacionais não vieram em seu auxílio de forma satisfatória quando mais precisavam. Apresento as minhas desculpas por esta falha”.

Os sobreviventes do incêndio e os habitantes do bairro afetado pelo sinistro têm criticado duramente a primeira-ministra, afirmando que não esteve à altura dos acontecimentos dramáticos que afetaram maioritariamente vítimas de classes sociais consideradas como modestas, muitas delas oriundas de países estrangeiros, incluindo de Portugal.

Entre as críticas, os sobreviventes apontam o dedo à governante por não ter ido prontamente ao local do incêndio e por não ter reunido de imediato com os bombeiros e as forças policiais. Também criticam as condições de emergência, as indemnizações e o realojamento das pessoas que perderam as respetivas casas.

Na sexta-feira passada, sobreviventes do incêndio, familiares das vítimas e membros da comunidade local invadiram as instalações municipais de Kensington e Chelsea (zona oeste de Londres), onde estava localizada a torre Grenfell, para protestar contra as autoridades britânicas. Durante o protesto ouviu-se frases de ordem como “Vergonha” e “May, está na hora de sair“.

O governo britânico informou que os afetados pelo incêndio de Londres, onde se incluem dez portugueses, vão ser realojados num bloco de apartamentos de luxo perto do local do sinistro.

O ministro para as Comunidades, Sajid Javid, revelou que os sobreviventes da tragédia, ocorrida no bairro de North Kensinton, zona oeste da cidade, vão ser colocados em 68 apartamentos com um ou dois quartos no centro de High Street Kensington, uma das zonas mais seletas da capital.

Entretanto, o responsável executivo da autarquia londrina de Kensington e Chelsea, Nicholas Holgate, anunciou esta quinta-feira a sua demissão. Holgate foi alvo de críticas pelo atraso do município em responder à situação das vítimas do fogo. Os moradores criticaram o socorro inicial ao incêndio como “um caos absoluto”.

O responsável disse que o incêndio foi “penoso”, mas defendeu que a sua presença seria uma “distração”.

Holgate disse ainda que Sajid Javid lhe pediu que se demitisse, mas o governo de Theresa May negou esta informação.

Entre 400 e 600 pessoas viviam na Torre Grenfell, de 24 andares e 120 apartamentos, que ficou totalmente consumida pelo fogo na madrugada da passada quarta-feira. As chamas fizeram 78 feridos, dez dos quais em estado crítico.

O governo britânico anunciou uma verba de cinco milhões de libras (5,7 milhões de euros) para a ajuda de emergência às vítimas do incêndio.

ZAP // Lusa

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