Rodrigo Antunes / LUSA
O primeiro-ministro, António Costa, durante a cerimónia do lançamento do concurso para a construção da Linha de Alta Velocidade
António Costa lançou o concurso do TGV: “É um momento particularmente importante”. Primeiro-ministro destacou o “amplo consenso político”.
“É um momento particularmente importante”.
António Costa não escondeu a sua satisfação na manhã desta sexta-feira, quando lançou o concurso do comboio de alta velocidade (TGV).
A cerimónia decorreu nas instalações da Infraestruturas de Portugal em Almada, onde o primeiro-ministro destacou um factor: o consenso político que permitiu este momento.
“Foi um longo caminho até lançarmos este concurso com base num amplo consenso político que legitima que possamos lançar um concurso público desta dimensão”, comentou.
Costa lembrou que tinha sido anulado um concurso anterior para o mesmo efeito – e o Estado foi condenado ao pagamento de indemnização – mas desta vez o tempo foi essencial.
“Muitas vezes, para que os consensos sejam possíveis, é necessário passar e deixar o tempo correr“, analisou o primeiro-ministro.
O concurso do TGV foi aprovado na Assembleia da República três dias antes, na terça-feira passada. O projecto do PS foi aprovado por quase todos os partidos; só o Chega absteve-se.
E, embora não o admita publicamente, o PSD terá sido essencial nesta aprovação e neste consenso.
Helena Pereira comentou no jornal Público que terão havido nos últimos dias “conversas em silêncio” entre PS e PSD.
Os sociais-democratas davam a ideia de que podiam votar contra. Entretanto Paulo Rangel disse que o PSD ia falar com o Governo “nos próximos dias”.
“Sem dar notícia de nada, Luís Montenegro deve ter combinado com António Costa: ‘OK, a gente é capaz de votar a favor mas não vamos fazer um grande alarido disto, porque não dá muito jeito agora” – o PSD não está interessado em mostrar-se alinhado com o PS a poucas semanas das eleições legislativas.
A construção da linha de alta velocidade Lisboa-Porto foi aprovada e, assim, não se perdem 729 milhões de euros de fundos europeus – que contribuem para o custo total de 3.5 mil milhões de euros.
O primeiro troço será entre Porto e Aveiro e, nunca antes de 2030, a ligação entre Lisboa e Porto será feita em 1h15m.
