Uma nova técnica permite medir a atividade metabólica das bactérias podendo assim identificar a resistência aos antibióticos em menos de 90 minutos. O método representa um grande passo em relação às técnicas atuais.
De acordo com o novo estudo, esta descoberta dá aos médicos a capacidade de saber quais são os antibióticos que funcionam, ou não, nos casos específicos de cada paciente. Este é um dos grandes dilemas que os especialistas têm diariamente e pode ser um ponto fulcral para salvar vidas.
“A ideia é dar aos médicos resultados mais rápidos para que estes possam tomar decisões clinicamente apropriadas dentro do período de tempo em que estão a trabalhar, em vez de ter que esperar”, refere Douglas Call, co-autor do artigo.
Para perceber se uma determinada infeção é resistente a antibióticos, é necessário separar e cultivar a bactéria em laboratório e observar o crescimento da população num processo que pode demorar até dois dias ou mais. No entanto, os médicos que estão perante um paciente doente, geralmente, precisam de prescrever um antibiótico de forma imediata, sem ter informações completas sobre como este se irá adaptar ao doente.
Durante a sua pesquisa, a equipa da WSU usou uma sonda para medir diretamente o sinal eletroquímico das bactérias, refere o Eurek Alert.
Através da observação de oito cepas diferentes de bactérias, os investigadores foram capazes de usar o sinal elétrico da bactéria para determinar em menos de 90 minutos quais eram suscetíveis ou resistentes aos antibióticos. As bactérias que ainda estão a “respirar” após o tratamento com antibióticos são consideradas resistentes.
Por outro lado, os especialistas testaram quatro espécies bacterianas diferentes que causam infeções adquiridas em hospitais e testaram uma variedade de antibióticos que funcionam através de mecanismos diferentes. Também desenvolveram um índice de suscetibilidade aos antibióticos para categorizar os resultados de uma forma que pudesse ajudar os médicos a decidir qual antibiótico usar.
Esta descoberta mostra-se muito relevante numa altura em que a prevalência da resistência aos antibióticos está a aumentar em todo o mundo e ameaça a capacidade de tratar muitas doenças infeciosas comuns.
O estudo foi publicado no jornal Biosensors and Bioelectronics.