Um novo teste rápido ao sangue pode confirmar se uma pessoa já foi imunizada contra a covid-19, enquanto espera para embarcar num avião ou entrar num evento desportivo, por exemplo.
Com a reabertura da sociedade, a permissão para viajar de novo e a possível falsificação de testes ou certificados, identificar quem foi, de facto, vacinado contra o SARS-CoV-2 é um desafio.
Uma equipa de investigadores desenvolveu, então, um novo teste para detetar os anticorpos para a covid-19: o utilizador pica um dedo e coloca uma gota de sangue num cartão (tal como acontece com os testes usados para determinar o tipo sanguíneo).
Segundo a Futurity, uma proteína de fusão desenvolvida pelos cientistas, presente no cartão, deteta então os anticorpos, que são proteínas minúsculas no sangue, produzidas pelo sistema imunológico para fornecer imunidade contra infeções futuras.
Os resultados ficam prontos em menos de cinco minutos e podem ser usados para confirmar se uma pessoa foi vacinada, sem ser necessário mostrar o boletim de vacinação, explicou Robert Kruse, responsável pela criação do teste rápido e autor principal do artigo, disponível no medRxiv desde o início de maio.
Os investigadores usaram 400 amostras de sangue, metade das quais eram de pacientes que já tinham estado infetados com covid-19. O teste identificou os anticorpos em pacientes previamente infetados 87,5% das vezes, uma taxa um pouco superior aos testes ELISA realizados em hospitais, que requerem horas.
Além disso, Kruse disse que os resultados da hemaglutinação – em que o grau de aglutinação dos glóbulos vermelhos revela a concentração de anticorpos – podem permitir que as pessoas saibam se ainda têm proteção meses após terem recebido a vacina ou se precisam de uma injeção de reforço.
Pacientes imunocomprometidos, cujos estudos mostraram que nem sempre respondem à vacina covid-19, também poderiam testar o seu nível de anticorpos para perceber se a vacina está a funcionar, disse o coautor do estudo Yuting Huang.