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Terrorista de Paris já tinha estado preso por tentar matar polícias

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Ian Langsdon / EPA

Agentes da polícia francesa após o atentado terrorista em Paris que vitimou dois polícias

Agentes da polícia francesa após o atentado terrorista em Paris que vitimou dois polícias

Um polícia foi morto e dois ficaram feridos esta quinta-feira à noite, quando um homem disparou contra o veículo em que seguiam nos Campos Elísios. O atacante foi morto por outros agentes da polícia e um transeunte foi também atingido.

Esta sexta-feira, vários meios de comunicação começaram a relatar que o principal suspeito de ligações ao atentado de ontem em Paris, um homem de nacionalidade belga, se entregou à polícia em Antuérpia.

Entretanto, as autoridades belgas já vieram esclarecer que o homem em questão não está relacionado com o atentado, já reivindicado pelo Estado Islâmico.

“Esse homem veio à polícia ontem à noite depois de se ver aparecer nas redes sociais como o principal suspeito relacionado com os factos de ontem”, informou um procurador belga, citado pela Associated Press, que recusou ser identificado. O mesmo responsável deixou claro que o homem “não faz parte de uma investigação de terrorismo”.

O próprio ministro belga da Justiça, Koen Geens, afirmou esta manhã ao canal belga de televisão VRT que, no momento das suas declarações, não havia “qualquer informação” sobre a ligação entre os dois casos.

No mesmo sentido, um porta-voz do Ministério Público belga disse à AFP que “a única coisa” que podia dizer à hora em que foi interrogado, “9h15 desta manhã”, é que não havia “ligação entre esse acontecimento [o tiroteio em Paris] e a Bélgica”, ainda que “o inquérito [belga] prossiga em estreita colaboração com os investigadores franceses”.

Ontem à noite, um polícia foi morto e dois ficaram feridos, quando um homem disparou contra o veículo em que seguiam na avenida dos Campos Elísios, no centro de Paris.

O autor dos disparos foi depois abatido pelas forças de segurança e uma turista ficou “ligeiramente ferida por bala” durante a troca de tiros.

As autoridades francesas afirmaram que o autor do atentado estava identificado como extremista por ter manifestado a intenção de matar polícias, segundo fontes próximas do inquérito, citadas pela AFP.

Segundo os media franceses, o terrorista, de 39 anos, era francês e chamava-se Karim Cheurfi, no entanto, esta informação ainda não foi oficialmente confirmada. Terá sido detido e condenado a 15 anos de prisão por três tentativas de homicídio, duas delas a polícias.

Por outro lado, a Amaq, órgão de propaganda do EI, diz que “o autor do ataque nos Campos Elísios, no centro de Paris, é Abu Yussef, ‘o Belga’, e é um dos combatentes do Estado Islâmico”.

Ataque três dias antes das Presidenciais

O ataque ocorre a três dias da primeira volta das eleições presidenciais, em que a segurança é um dos temas em destaque, depois de vários ataques terroristas no país.

O primeiro-ministro francês, Bernard Cazeneuve, já anunciou o reforço da segurança antes da primeira volta das eleições, que se realizam no domingo.

No final da reunião do Conselho de Defesa, presidido pelo chefe de Estado, François Hollande, o primeiro-ministro explicou que vão ser mobilizadas “unidades especializadas de intervenção para garantir uma capacidade de resposta total”.

O chefe de Governo disse ainda esperar que com a presença efetiva de 50 mil polícias, gendarmes e militares no próximo domingo junto das assembleias de voto, a eleição decorra com “normalidade”.

Marine Le Pen e François Fillon cancelaram as suas ações previstas para esta sexta-feira, último dia da campanha. A candidata da extrema-direita já pediu que sejam restabelecidas imediatamente as fronteiras e que todas as mesquitas sejam encerradas.

“A este Governo efémero, gerido pela inação, peço que ordene o restabelecimento imediato das nossas fronteiras nacionais”, afirmou, numa declaração à imprensa, condenando ainda a “frouxidão penal” dos governos de esquerda e de direita dos últimos anos.

Por outro lado, o candidato centrista, Emmanuel Macron, apelou à calma e pediu aos eleitores que mantenham a “cabeça fria”.

Em declarações à rádio RTL, Macron afirmou que o que os atacantes querem é “morte, simbolismo, espalhar o pânico e perturbar um processo democrático, que é a eleição presidencial”.

O candidato, que disputa a liderança nas sondagens com a dirigente da extrema-direita, afirmou que cancelou duas ações de campanha previstas para hoje “por decência” e para permitir que a polícia concentre os seus recursos na investigação ao ataque.

Questionado sobre se o ataque poderá ter impacto na votação de domingo, Macron respondeu: “Não se sabe”. O candidato referiu ainda que, se for eleito, uma das suas primeiras medidas será a criação de uma equipa para coordenar os esforços dos serviços de informação franceses na luta contra o Estado Islâmico.

Macron acusou ainda Le Pen de mentir quando alega que ataques anteriores em França não teriam acontecido caso fosse ela a Presidente. “Não será capaz de proteger os nossos cidadãos”, considerou.

Portugueses confundiram ataque com rodagem de filme de Tom Cruise

Alguns portugueses que vivem perto da Avenida dos Campos Elísios descreveram à Lusa o aparato policial que se concentrou numa zona onde, há poucos dias, decorreram filmagens cinematográficas e a perplexidade de mais um ataque terrorista dias antes das eleições.

Quando ouviu o helicóptero a sobrevoar o seu prédio, Frederico Oliveira pensou que fosse a continuação da rodagem de mais uma sequela do filme “Missão Impossível”, porque dois dias antes aí tinha estado uma equipa de filmagem.

“Há dois dias já estava aqui por cima da minha rua e nos Campos Elísios um helicóptero a dar voltas e nessa altura era por causa do filme que está a fazer o Tom Cruise, o Missão Impossível. Fui lá perguntar o que se passava e eles não me disseram diretamente mas que era qualquer coisa de grave, que era para a gente não ir em direção aos Campos Elísios”, contou o porteiro.

Frederico Oliveira, que vive a cerca de 100, 150 metros da avenida, foi então para casa e disse que não tem medo porque não foi atingido “diretamente”, mas face aos ataques terroristas em Paris já considerou regressar a Portugal.

Também Lídia Ramos pensou que se tratava de mais filmagens cinematográficas mas a polícia, os bombeiros e os jornalistas fizeram-na rapidamente mudar de ideias. “O meu homem disse que o helicóptero era porque o Tom Cruise estava a rodar um filme. E foi aí que vi muita polícia sempre a subir, sempre a subir pelos Campos Elísios”, contou a porteira que vive perto da avenida, afirmando que “isto mete medo”.

Aline Pereira também vive a poucas centenas de metros da avenida e anda “um bocado assustada com tudo o que se está a passar”. “Durante uma boa hora estiveram sempre carros praticamente da polícia a passar e continua o helicóptero a sobrevoar a zona (?) A gente ouve estas coisas e claro que fica um bocado assustada”, contou a porteira.

Mónica Pereira também ouviu “os carros da polícia, o helicóptero que anda para trás e para diante, as pessoas a passar a correr – algumas, nem todas – e os comércios a fecharem”. “Quando fui lá fora os comerciantes estavam a dizer que a polícia estava a dizer para ninguém sair à rua“, contou a portuguesa de 39 anos, que vive há quatro em Paris.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Esta gente não aprende mesmo!!! 1 pessoa que já tinha sido presa por tentar matar policias ainda por cima muçulmano e o deixam em liberdade é estar mesmo a pedi-las. Que raio de justiça, governantes é que a Europa tem? Afinal querem proteger ou condenar os europeus?? É que da forma que procedem dá a entender que querem sangue…

  2. Gente desta que já está sinalizada e continua à solta só se pode esperar cenas destas. E os coitados dos polícias que não têm culpa nenhuma destas políticas é que morrem.

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