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Meteoritos sugerem que a Terra pode ser húmida desde a sua formação

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(dr) L. Piani / Museum Of Natural History in Paris

Parte do meteorito Sahara 97096, um raro condrito de entstita

Estudo de um tipo de meteorito apoia aqueles que pensam que a água da Terra estava presente desde a sua formação, ou perto dela, em vez de chegar mais tarde do Sistema Solar exterior.

De acordo com o site IFLScience, uma equipa de cientistas estudou a composição química de 13 condritos de entstita, um tipo de meteorito feito de material do Sistema Solar interno, tão semelhante quanto provavelmente encontraremos na composição inicial da Terra.

No estudo, publicado, a 28 de agosto, na revista científica Science, os investigadores relataram que estes condritos têm hidrogénio suficiente para perfazer 0,08-0,54 do seu peso em água.

Segundo o mesmo site, como sabemos que havia bastante oxigénio na Terra primitiva, isso sugere que era possível haver água. Embora as percentagens possam parecer pequenas, os cálculos dos autores mostram que a Terra primitiva poderia ter tido água suficiente para encher as bacias oceânicas atuais três vezes.

“Material contendo hidrogénio estava presente no Sistema Solar interno na época da formação do planeta rochoso, embora as temperaturas fossem muito altas para que a água condensasse”, afirma, em comunicado, Laurette Piani, investigador do Centre de Recherches Petrographiques et Geochimiques (CRPG), em França.

Dado o esforço necessário para encontrar e estudar meteoritos, poderíamos esperar que a composição de hidrogénio dos condritos de entstita já tivesse sido observada há muito tempo. Porém, estes representam apenas 2% dos meteoritos conhecidos, portanto, as oportunidades de estudá-los são escassas.

E, segundo o IFLScience, mesmo aqueles que existem, muitas vezes experimentaram interações que os tornam indicadores menos confiáveis da composição original da Terra. Os condritos carbonáceos são muito mais comuns, mas têm proporções isotópicas menos semelhantes às da Terra e acredita-se que se tenham formado para além de Júpiter.

Quando a água foi previamente observada em condritos de entstita, foi atribuída a interações com a atmosfera da Terra, uma explicação que este novo estudo rejeita com base na análise isotópica.

“Se os condritos de entstita fossem efetivamente os blocos de construção do nosso planeta – como fortemente sugerido pelas suas composições isotópicas semelhantes –, este resultado sugere que esses tipos de condritos forneceram água suficiente para a Terra para explicar a origem da água no nosso planeta, o que é incrível” disse o co-autor do estudo, Lionel Vacher, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.

ZAP //

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