As térmitas super-invasivas podem espalhar-se da Florida para todo o mundo

Chouvenc T. et al.

As térmitas concentram-se junto a portos, o que pode levar à sua infiltração em barcos

“É apenas uma questão de tempo”, asseguram os investigadores. As espécies de ténias estão a fundir-se, tornam-se mais resistentes e até podem infiltrar-se em barcos. 

Duas espécies de insetos que roem madeira, invasores a nível mundial, estão a cruzar-se na Florida, nos EUA — é mais preocupante do que parece. O fenómeno acontece desde o final dos anos 90, mas um equipa de investigadores percebeu que em breve o problema pode espalhar-se para o todo o mundo.

Em 2010, as térmitas eram responsáveis por cerca de 40 mil milhões de dólares (35 mil milhões de euros) de prejuízos anuais a nível mundial, sendo que cerca de 80% desses custos provinham de térmitas subterrâneas como a Coptotermes.

“Onde quer que as duas espécies coexistam, é apenas uma questão de tempo até terem a oportunidade de hibridizar e estabelecer populações híbridas”, diz à New Scientist Thomas Chouvenc, um dos autores do estudo publicado em maio na Proceedings of the Royal Society.

“Híbridos viáveis destas duas espécies conduziriam provavelmente a uma térmita super-invasiva que poderia potencialmente ter uma enorme área de distribuição em todo o mundo e que poderia causar danos importantes”, diz Edouard Duquesne, investigador da Universidade Livre de Bruxelas. É “alarmante“.

Os investigadores descobriram também que as fêmeas híbridas de primeira geração podem acasalar e formar colónias com os machos de qualquer uma das espécies parentais.

Se os genes puderem assim fluir entre espécies, o resultado pode ser uma população de térmitas igualmente destrutiva e mais resistente a fatores como a temperatura, alertam os investigadores.

E há ainda um fator de peso: estes seres vivos existem em abundância perto de portos, pelo que poderão facilmente infiltrar-se em navios e partir para qualquer parte do mundo.

“Os humanos permitiram que estas térmitas se espalhassem porque não estávamos a prestar atenção”, diz Chouvenc. “Agora estamos a pagar o preço por isso”.

ZAP //

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