A segunda mulher grávida com um bebé modificado através da técnica de edição genética CRISPR pode já ter dado à luz, de acordo com a MIT Technology Review.
A gravidez terá sido resultado de um procedimento experimental levado a cabo pelo cientista He Jiankui, que afirmou em maio ter modificado o material genético de dois bebés. Mas uma terceira criança pode mesmo ter nascido, segundo especialistas.
Em janeiro, o cientista William Hurlbut, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que teve contacto com He, disse que He tinha modificado um terceiro embrião, devendo a criança nascer entre o final de junho e o início de julho. No início do ano, apontou, citado pela France 24, que a gravidez teria entre 12 a 14 semanas.
Agora, a publicação da MIT Technology Review reitera que Hurlbut, que é também especialista em Ética, sabe que o terceiro bebé foi concebido, mas o especialista não adiantará mais informações uma vez que estas podem identificar a criança e os seus pais.
“O que posso dizer é que um parto normal leva entre 38 a 42 semanas, e é bem próximo do centro disso”, disse Hurlbut ao MIT Technology Review.
Apesar das declarações de Hurlbut, não se sabe ainda quaisquer detalhes sobre o alegado nascimento desta terceira criança, nem se sabe se a China alguma vez o vai reconhecer.
Os média escrevem que o Governo chinês pode estar a barrar informações sobre o procedimento, que foi desde logo condenado por cientistas de todo o mundo. ´O Governo está extremamente ciente de quaisquer transgressões. [O Executivo] tem o aniversário de Tiananmen, os protestos de Hong Kong e os bebés CRISPR”, explicou o cientista Rosario Isasi, da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, citado pela mesma fonte.
O caso remonta a 25 de novembro, quando He publicou uma série de vídeos nos quais afirmava ter modificado o ADN de dois gémeos recém-nascidos de forma a torná-los resistentes ao VIH. O cientista chinês alegava ter conseguido fazer a primeira modificação genética de bebés da história. O Governo da China condenou o procedimento.
O cientista recrutou oito pares de voluntários para a experiência, que foi levada a cabo entre março de 2017 e novembro de 2018. Um dos casais terá abandonado o procedimento a meio, enquanto os outros cinco não conseguiram engravidar.
No final, duas mulheres ficaram grávidas: uma deu à luz os gémeos e a segunda já terá dado à luz o terceiro bebé – ou estará prestes a fazê-lo.