Esta segunda-feira, os manifestantes pró-democracia que se juntaram no centro de Hong Kong gritaram a mesma palavra de ordem. “Cinco exigências. Nem uma a menos!”
A tensão aumentou esta segunda-feira em Hong Kong, em mais um protesto que encheu as ruas de manifestantes com máscaras negras e de agentes da autoridade, munidos de capacetes e escudos transparentes.
Poucos metros separavam estes dois grupos tão antagónicos. Os manifestantes levantaram um braço o ar, com a mão aberta, como que a travar simbolicamente a polícia, que os observava, avaliando o jogo de forças instalado.
Em coro e bem alto, os manifestantes gritavam: “cinco exigências. Nem uma a menos!”, numa referência Às reivindicações que há meses vêm fazendo ao Governo de Hong Kong.
São cinco: a retirada da lei da extradição para a China (a que deu origem aos primeiros protestos, em Junho, e a única em que, até agora, Lam cedeu); uma comissão de inquérito para investigar as acusações de brutalidade policial; libertação e amnistia para os manifestantes detidos; a garantia de que os protestos não são classificados como motins; e o sufrágio universal para o Conselho Legislativo e o Executivo (parlamento e governo).
O domingo foi marcado pela convocação de vários protestos, mas esta segunda-feira Hong Kong acordou com um ambiente de alta tensão em pano de fundo.
Asim que despertaram, os habitantes da cidade depararam-se com imagens de um manifestante a ser alvejado por um polícia e a cair ferido no chão, num confronto que aconteceu antes das oito da manhã. Pouco depois, a indignação com a atuação policial já tinha tomado conta das principais plataformas de comunicação usadas nestes protestos para mobilizar as pessoas.
Segundo o Público, rapidamente começaram a surgir notícias de novos incidentes por toda a cidade. Aliás, num deles, uma discussão terminou com uma pessoa a atear fogo a um homem. Esperava-se que a polícia, mais cedo ou mais tarde, reagisse. E isso acabou mesmo por acontecer.
A polícia ergueu uma bandeira negra, avisando que ia ser disparado gás lacrimogéneo e, quase de imediato, os manifestantes dividiram-se em dois grupos: houve quem fugisse e houve quem colocasse a máscara para enfrentar os traços brancos que pintaram o ar.
Depois de lançar o gás, a polícia recuou e a tensão baixou. Ainda assim, a situação em Hong Kong parece ter entrado numa escalada para a qual ninguém consegue prever o fim.