De acordo com a teoria do Big Bang – o modelo cosmogonia predominante aceite pela comunidade científica -, o Universo estava inicialmente num estado de densidade e temperatura extremamente altas ainda antes de começar a expandir-se no tempo e no espaço. No entanto, e segundo um novo estudo, a dimensão temporal existia antes mesmo da Grande Explosão.
Tal como explica o Science Alert, o deslocamento de luz das galáxias distantes é evidência da expansão do universo, que necessariamente teve que ser menor e depois expandir-se, como já há nove décadas o observou o astrónomo belga Georges Lemaitre (1894-1966).
O processo remontaria há cerca de 13.800 mil milhões de anos, quando todo o espaço estava limitado a um volume extremamente pequeno, apelidado de “singularidade”. Lá, e tal como escreveu o físico Stephen Hawking em O início dos tempos, “toda a matéria do Universo seria empilhada”, enquanto que a “densidade teria sido infinita”.
Um dos modelos que explica a inexistência de matéria no espaço vazio é o proposto por Albert Einstein, que descreve a gravidade a partir da relação com a geometria inerente ao material que constitui o universo.
Entretanto, e de acordo com teoremas semelhantes aos propostos por Hawking ou pelo matemático e físico britânico Roger Penrose, as soluções para as equações da relatividade geral permanecem incompletas na infinitamente escala pequena da singularidade.
Ciência ou especulação?
Noutras palavras, e simplificando o assunto, a Física moderna simplesmente pára de funcionar quando tenta explicar este problema, sendo reduzida a uma mera mistura de especulações que tentam resgatar a pequena parte da Ciência que não perde sentido.
Para resolver este problema, Tim Koslowski, Flavio Mercati e David Sloan – os autores do novo trabalho acima mencionado, publicado em março Physics Letters B – apresentaram um modelo diferente que reinterpreta o conceito de espaço contraído, considerando separadamente o mapa do espaço-tempo propriamente dito da matéria que este contém.
“Todos este termos [da Relatividade Geral] que são problemáticos acabam são irrelevantes para resolver o comportamento das quantidades que determinam como é que o Universo é visto a partir de dentro”, disse Sloan, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
O Ponto de Janus
Para colmatar estas falhas, os autores do estudo concebem o Big Bang substituindo a ideia da singularidade por um outro conceito a que os cientistas apelidaram de “Ponto de Janus“, em referência à divindade romana de duas faces.
De acordo com este modelo, as posições e as escalas relativas do material que constitui o Universo são esmagadas numa espécie “panqueca” bidimensional à medida que retrocedemos o tempo. Então, ao passar este ponto de duas faces, a “panqueca” recupera novamente as suas três dimensões, embora que seja na direção oposta.
Os cientistas acreditam que este modelo poderia ter profundas implicações para a simetria na Física das partículas e até pode possibilitar a existência de um Universo baseado essencialmente na antimatéria.
“Não introduzimos novos princípios nem modificamos a teoria da Relatividade Geral de Einstein”, concluindo Sloan, acrescentando ainda que a nova publicação altera apenas “a interpretação que é feita dos objetos“.
ZAP // RT / Science Alert
O tempo, assim como todas as demais dimensões espaciais que compõem o mosaico do multiverso, apresentam naturalmente propriedades supersimétricas, mantendo sempre este equilíbrio dinâmico, constante e em evolução, observado.
Conclusão. Ninguém se entende e a única coisa certa é que expande. Em vez de pensar no passado é melhor pensar no futuro e tentar descobrir que tipo de espaço a expansão ocupa, digo eu.