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O tempo pode parecer mais lento do que realmente é. A culpa é dos neurónios cansados

Quando os neurónios do nosso cérebro começam a ficar muito cansados, diminuem a atividade e, como consequência, percebemos o tempo de forma distorcida.

O cansaço de um grupo de neurónios especialmente sensíveis à noção de tempo pode ser a causa da perceção distorcida do tempo. Os resultados da investigação surgem num novo artigo científico, publicado recentemente no Journal of Neuroscience.

Os cientistas mostraram a um grupo de 20 participantes uma imagem (um círculo cinzento) por curtos períodos de tempo – menores do que um segundo -, trinta vezes seguidas. Uma parte do grupo recebeu a versão curta do estímulo (0,25 segundos) e a outra parte a versão longa (0,75 segundos).

De forma a determinar se a perceção do tempo se havia alterado, os cientistas mostraram aos participantes a mesma imagem, mas desta vez durante períodos de tempo ligeiramente mais longos: 0,35; 0,45; 0,55 e 0,65 segundos cada uma. Ao mesmo tempo, colocaram um toque sonoro com uma duração de 0,50 segundos.

De acordo com a Cosmos Magazine, os cientistas perguntaram aos participantes se o ruído tinha durado mais ou menos tempo do que a exibição das imagens: para os que receberam as repetições mais curtas na primeira fase, o barulho que durava 0,50 segundos pareceu mais rápido do que a exibição da imagem, que durou 0,35 segundos.

Já os participantes que receberam a repetição mais longa (0,75 segundos), o efeito foi exatamente contrário: o ruído era mais demorado do que as imagens.

O melhor é não confiar na perceção do tempo depois de ter sido exposto a repetidos flashes de imagens ou sons”, resumiu Masamichi Hayashi, cientista da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.

Segundo a equipa de investigadores, durante os testes, os neurónios sensíveis à noção do tempo, situados no giro supramarginal do cérebro, tinham uma atividade mais reduzida, como se estivessem cansados depois de tantas repetições.

Para os cientistas, a redução de atividade nestes neurónios, devido à exaustão provocada pela repetição do estímulo, pode explicar por que motivo as pessoas sentem o tempo passar de forma diferente do tempo objetivo.

ZAP //

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