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Tempestades em Júpiter perturbam a aparência colorida do planeta

ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), I. de Pater et al.; NRAO/AUI NSF, S. Dagnello

O ALMA permitiu a uma equipa de astrónomos fazer um mapa tridimensional da distribuição de gás amoníaco e, pela primeira vez, os cientistas conseguiram estudar a atmosfera abaixo das camadas de nuvens de amoníaco após uma erupção energética no planeta.

As nuvens de Júpiter são uma verdadeira dor de cabeça para os cientistas que querem estudar o planeta, uma vez que bloqueiam uma visão mais profunda sobre o gigante gasoso. Agora, e pela primeira vez, uma equipa de cientistas foi capaz de observar as condições atmosféricas debaixo das nuvens de Júpiter.

De acordo com o Observatório Nacional de Radioastronomia (NRAO), as fotografias revelaram que as tempestades afetam as zonas brancas, o fluxo gasoso dos cinturões do planeta fazendo, inclusive, Júpiter mudar de cor. Estes dados fotográficos dão uma visão única de 50 quilómetros abaixo da camada de nuvens do planeta e foram obtidos pelo radiotelescópio ALMA, localizado no Atacama, Estados Unidos.

Depois de uma erupção energética em Júpiter, os astrónomos conseguiram fazer um “mapa tridimensional da distribuição de gás amoníaco debaixo das nuvens“, explicou Imke de Pater, da Universidade da Califórnia, citado pela Sputnik News.

O fenómeno em Júpiter é comparado às tempestades elétricas da Terra, sendo que também podem ser observados relâmpagos. As tempestades possuem o aspeto de pequenas nuvens brilhantes provocadas por jatos que afetam os cinturões e podem ser visíveis durante meses ou até mesmo anos.

“As nossas observações foram as primeiras a mostrar que são produzidas altas concentrações de gás amoníaco durante estas erupções“, afirmou Pater. “A combinação das observações realizadas simultaneamente em diversos comprimentos de onda, permitiu-nos estudar a erupção ao pormenor.”

As alterações são provocadas por correntes de convecção de humidade nas nuvens de água localizadas nas camadas inferiores da atmosfera do planeta. Essas nuvens empurram o gás amoníaco a uma grande altitude até à região mais fria, onde são criadas plumas brancas, visíveis à medida que congelam.

ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), I. de Pater et al.; NRAO/AUI NSF, S. Dagnello

O mapa revelou que a erupção aconteceu no Cinturão Equatorial Sul, abaixo das nuvens visíveis. Aliás, os astrónomos acreditam que a erupção está enraizada um pouco mais abaixo da atmosfera, cerca de 80 quilómetros abaixo da superfície.

Segundo o Space, os cientistas acreditam que, a esse mesmo nível, uma camada de água suporta raios parecidos com a Terra, o que sugere que as plumas de amoníaco são criadas pelo ar húmido que circula no fundo das nuvens de água. A investigação foi descrita num artigo científico do Astronomical Journal, publicado no arXiv.org.

ZAP //

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