Comunicado da Confederação Europeia de Sindicatos, depois de se terem verificado falecimentos de trabalhadores relacionados com o calor.
A Confederação Europeia de Sindicatos reforçou a ideia de uma lei que estabeleça uma temperatura máxima para se trabalhar, na União Europeia.
A entidade já tinha defendido essa ideia na semana passada, após a confirmação de falecimentos de trabalhadores relacionados com o calor, em Espanha.
Nesta segunda-feira o pedido foi reforçado, num comunicado enviado à Comissão Europeia, a quem pede uma lei comunitária.
“Outro Verão de ondas de calor mortais mostra porque a Europa precisa com urgência de uma lei sobre as temperaturas máximas de trabalho para proteger os trabalhadores dos efeitos das alterações climáticas“, indica o comunicado, citado pela agência EFE.
Os sintomas começam por ser tonturas, dores de cabeça e choques musculares. Depois pode haver vómitos, perda dos sentidos e mortes.
Quase um quarto dos trabalhadores na União Europeia estão expostos a temperaturas elevadas “pelo menos um quarto do tempo” em que trabalham. Uma percentagem que sobe, como se esperava, nos sectores da agricultura e indústria (36%) e da construção (38%).
Os falecimentos recentes em Espanha recuperaram este assunto mas, ainda há dois anos, 12 pessoas morreram pelo mesmo motivo, em França: acidentes laborais relacionados com o calor.
E, se nada for alterado, este cenário vai prolongar-se: “Tragédias similares serão mais comuns sem uma legislação sobre temperaturas de trabalho seguras”.
A Organização Mundial da Saúde indica que a melhor temperatura para trabalhar está entre os 16 e os 24 graus centígrados.
Se os termómetros registam, por exemplo, 38 graus, a probabilidade de acidentes no trabalho é entre 10% e 15% maior, de acordo com a Confederação Europeia de Sindicatos.
Entre os países da União Europeia, só Bélgica, Hungria, Letónia, Eslovênia e Espanha têm leis para proteger os trabalhadores em dias de temperaturas muito elevadas.