Telmo Correia, líder parlamentar do CDS, disse que abandona o seu cargo no fim desta legislatura, caso não venha a existir congresso do partido. Acusa ainda o líder do partido de “hipocrisia”.
A crise no CDS está instalada. Após a saída da deputada Cecília Meireles do Parlamento, também Telmo Correia coloca em hipótese deixar para trás a sua posição.
Em entrevista ao programa “Interesse Público” do Público, Telmo Correia afirma que “nunca seria candidato com um presidente do partido que foge de um congresso” por “uma questão de dignidade pessoal”.
Questionado se tem o objetivo ou não figurar nas listas de Francisco Rodrigues dos Santos, garante que o líder centrista “pode ficar completamente descansado no que a mim diz respeito”.
Telmo Correia acusa Rodrigues dos Santos de “hipocrisia”, tanto nos elogios que fez a Cecília Meireles, quando a deputada decidiu abandonar a política, como a ele próprio, que já classificou de “grande tribuno”.
“Essa hipocrisia tem sido prática comum em relação a outros membros do grupo parlamentar, inclusivamente a mim próprio. Há um ponto que revolta. Não é possível que alguém que é presidente do partido tenha este tipo de comportamento”, disse ao Público.
O deputado ainda apontou mais críticas ao líder do CDS referindo que “liderar um partido não pode ser uma espécie de exercício de mitomania”.
No que diz respeito às negociações do Orçamento do Estado para 2022, Telmo Correia afirma que Rodrigues dos Santos esteve totalmente alheado do processo parlamentar. “Não houve uma única frase, uma única palavra, uma indicação seja em relação a mim como líder parlamentar seja em relação à deputada que coordenou todo o processo [Cecília Meireles]”.
O líder parlamentar frisou ainda que o atual presidente do partido tem “um mentor”, sendo ele o antigo presidente Ribeiro e Castro, acusando Rodrigues dos Santos de ser “uma espécie de avatar” deste.