A relação entre teletrabalho e agências imobiliárias

Empresas mudam de localização, pessoas também. Se o teletrabalho permanecer, muitas cidades vão mudar.

Até Março de 2020 era pouco frequente encontrarmos uma pessoa que estivesse sempre, ou quase sempre, a trabalhar em casa.

O coronavírus chegou e, nos últimos dois anos, passou a ser bem mais frequente encontrarmos pessoas em regime de teletrabalho. Provavelmente, o leitor é uma delas.

E provavelmente o leitor mudou, vai mudar, ou já pensou em mudar de casa.

Deixou de ser obrigatório trabalharmos na sede da empresa e, se se pode trabalhar à distância, é pouco relevante se estamos a 10 ou a 100 quilómetros da empresa.

Um estudo realizado em Los Angeles, nos Estados Unidos da América, que é um dos exemplos de aumento considerável do teletrabalho: em 2016 menos de 4%, em 2022 a percentagem é de quase 40%.

A sondagem verificou que mais empresas estão a colocar as suas instalações no centro das cidades, enquanto mais trabalhadores estão a comprar casa fora do centro das cidades, nos arredores.

Dois dos autores desse estudo partilharam na revista Fast Company dois resultados principais: menos trânsito (óbvio) e novas contas por parte das agências imobiliárias, porque menor procura no centro das cidades origina descida de preços.

Ao mesmo tempo, outros dois fenómenos já estão a decorrer, no mercado imobiliário: subida de preços em pequenas cidades ou vilas, nos subúrbios dos grandes centros urbanos, e ainda um maior foco em escritórios ou armazéns no centro das cidades.

Há um lado menos simpático: as pessoas que já moravam fora da grande cidade, a pagar uma renda baixa, mas que agora estão a ser colocadas fora de casa pelos proprietários – que deixaram o centro da cidade para viver num local mais tranquilo.

Falta saber se os gestores de negócios, como na restauração, vão também seguir este rumo e focarem-se mais nas aldeias ou pequenas cidades.

E falta saber se o teletrabalho será “eterno”.

ZAP //

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