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Telemóveis só para chamadas e SMS estão de volta

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(dr) Nokia

O novo Nokia 3310

“Agora, tenho mais tempo para mim e para minha família”, sublinha um psicólogo. Mais pessoas estão a procurar os modelos mais antigos.

Os phones que não são smart estão a ganhar terreno nas pesquisas no Google e nas compras dos utilizadores.

A pesquisa por telemóveis de outros tempos, com teclas, e que (quase) só servem para telefonemas e mensagens de texto (SMS), aumentou 89% entre 2018 e 2021, revelou um estudo realizado pela plataforma Semrush.

Mesmo sem números oficiais, terão sido vendidos um mil milhão de telemóveis de modelos antigos, ao longo de 2021. O montante tinha sido menos de metade (400 milhões), dois anos antes.

A venda dos telemóveis inteligentes (smartphones) desceu 12,5% em 2020.

No Reino Unido, a Deloitte indicou que 10% das pessoas que têm telemóveis utilizam modelos anteriores.

Continuando em estatísticas, a empresa norte-americana Light Phone, que só produz esses telemóveis antigos sem acesso à internet (embora com algumas actualizações), teve o seu melhor ano de sempre em 2021: as vendas aumentaram 150% em relação ao ano anterior. E metade dos compradores utiliza esse telemóvel antigo como telemóvel principal.

Kaiwei Tang, fundador dessa empresa, tem uma teoria sobre esta preferência: “Se extraterrestres chegassem à Terra, pensariam que os telemóveis são a espécie superior que controla os seres humanos. E isto só vai piorar. Os consumidores estão a perceber que algo está errado e queremos oferecer uma alternativa”, analisou, à BBC.

Ao contrário do que o leitor ou leitora poderá estar a pensar, os principais clientes da Light Phone têm entre 25 e 35 anos.

Há nostalgia, há uma nova moda e há o TikTok: têm sido muitos os vídeos que mostram esses telemóveis de outra geração. E houve o relançamento do Nokia 3310, há cinco anos.

A BBC falou com o psicólogo Przemek Olejniczak, que comprou precisamente um Nokia 3310. E não está arrependido: “Antes, eu ficava sempre preso ao telefone. Sempre a verificar tudo e mais alguma coisa, sempre a pesquisar coisas que eu não precisava de saber. Agora, tenho mais tempo para mim e para a minha família. Não sou viciado em gostar, partilhar, comentar ou descrever a minha vida para outras pessoas. Agora, tenho mais privacidade”.

Robin West, 17 anos, também utiliza um telemóvel sem ligação à internet, ou outras componentes: “Só quando comprei um telefone ‘burro’ é que percebi o quanto o smartphone estava a ocupar a minha vida. Eu tinha muitos aplicativos de redes sociais e não conseguia fazer as minhas tarefas porque estava sempre ao telefone”.

“Todas as pessoas acham que isto é algo temporário” – mas não é.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

1 Comment

  1. Estranho ,tentei comprar um telemovel de teclas igual ou parecido ao meu antigo Nokia X2 ,pois tinha uma qualidade fotografica aceitavel e notei que os atuais telemoveis de teclas ,fabricados ,sao muito inferiores aos antigos X2,pois nao pretendo ter internet no telefone ,mas a qualidade fotografica da jeito

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