Um matemático insistiu e finalmente conseguiu resolver o teimoso problema da soma dos três cubos que dá 33. O problema, aparentemente simples, tem confundido cientistas e computadores ao longo dos últimos 64 anos.
Este enigma remonta, pelo menos, a 1955, e pode ter sido considerado por pensadores gregos já no século III. Agora, Andrew Booker, professor de matemática da Universidade de Bristol, no Reino Unido, conseguiu finalmente apresentar uma resposta.
x3 + y3 + z3 = k é a equação subjacente ao teimoso problema agora resolvido, uma equação diofantina, assim batizada em homenagem ao antigo matemático Diofante de Alexandria, que propôs um conjunto de equações semelhantes com múltiplas variáveis desconhecidas há cerca de 1.800 anos.
Esta equação funciona de uma forma muito simples: escolhemos qualquer número inteiro entre 1 e infinito e este passa a ser o nosso valor k. De seguida, o desafio é encontrar os valores para x, y e z que, quando divididos e somados, são iguais a k. Os números misteriosos podem ser positivos ou negativos, grandes ou pequenos.
Se escolhermos, por exemplo, o número 8 e o fixarmos como valor k, uma possível solução para a equação seria: 23 + 13 + (-1)3 = 8.
Os matemáticos têm tentado encontrar valores válidos para k desde o anos 1950, e descobriram, inclusivamente, que alguns números nunca funcionarão. Qualquer número com um resto de 4 ou 5 quando dividido por 9, por exemplo, não tem uma solução diofantina. Esta espécie de restrição deixa de fora 22 números abaixo do 100.
Mas a esperança não morre aqui. Dos 78 números que restam, dois deles têm captado especial atenção dos estudiosos: o 33 e o 42. Recentemente, Booker conseguiu tirar um desses números teimosos da lista – e sem querer.
O professor de matemática criou um algoritmo para encontrar soluções possíveis para a equação utilizando valores até 99 triliões. Booker propôs-se a encontrar novas soluções para todos os números abaixo de 100, mas não esperava encontrar a primeira solução para o teimoso número 33. Mas, várias semanas depois, a tão esperada resposta surgiu: (8,866,128,975,287,528)3 + (- 8,778,405,442,862,239)3 + (-2,736,111,468,807,040)3 = 33
“Saltei de alegria quando encontrei a solução”, afirmou Booker. Esta solução faz com que reste apenas um único número por desvendar abaixo do 100: o 42. Graças ao trabalho do professor britânico, os matemáticos sabem agora que a solução para o 42 deve envolver números maiores do que 99 triliões.
No entanto, segundo a Quanta Magazine, chegar novamente a uma solução deverá demorar vários e exigirá um melhoramento da computação.
ZAP // Quanta Magazine / HypeScience
Ora aqui está uma resolução sem interesse nenhum, resolver equações por tentativas
Caro responsável pelo artigo. Então os números escritos em português já têm várias virgulas? Por favor substituam as virgulas por pontos 🙂
Só uma perguntinha para os matemáticos: Para que é que isto serve, além de fazer gastar imenso tempo em cálculos?
Gostava muito que alguém me explicasse.
1^3+1^3+3.41995189335^3=42
A idéia de equação diafantina é justamente as variáveis assumirem apenas inteiros meu caro.