Técnica inovadora promete revolucionar extração de lítio (e sem impacto ambiental)

Bumper DeJesus / Princeton University

Meiqi Yang, uma das autoras do estudo, extrai lítio de um cordão de fibras porosas

Uma equipa de investigadores da Universidade de Princeton, nos EUA, está a explorar a possibilidade de extrair lítio a partir da água do mar — uma abordagem que muda as regras do jogo — aumentando a disponibilidade global do metal, com impacto reduzido no ambiente.

Um método inovador de extração de lítio, desenvolvido na Universidade de Princeton, nos Estado Unidos, promete revolucionar o fabrico de baterias e oferecer energia limpa para a indústria automóvel.

O novo método, apresentado num estudo publicado a semana passada na Nature Water, propõe uma forma simples e elegante de obter lítio, com impacto ambiental reduzido.

As técnicas convencionais de extração de lítio, além dos desafios ambientais que  levantam, requerem a exploração de vastas áreas de terra e longos períodos de extração. A nova técnica de Princeton diminui ambas as limitações.

O engenhoso método desenvolvido pelos investigadores da Universidade de Princeton usa fibras porosas transformadas em cordões, com um núcleo que atrai água e uma superfície que a repele.

Este método usa uma ação capilar semelhante às utilizada pelas árvores, que puxam água das raízes para as folhas. Quando os cordões entram em contacto com água salgada, a água sobe, evapora e deixa para trás sais como lítio e sódio.

A evaporação faz com que os sais cristalizem no cordão, facilitando a sua recolha. Esta técnica separa naturalmente o lítio do sódio, eliminando produtos químicos residuais.

Sais de lítio e sódio na superfície dos “cordões” criados pela equipa

“Este processo é acessível, direto e ecológico“, diz o autor principal do estudo,  Zhiyong Jason Ren, citado pela Interesting Engineering. “É uma resposta à escassez global de lítio”.

Ao contrário dos métodos convencionais, que requerem enormes lagoas de evaporação e cronogramas prolongados, o novo método baseado em cordões reduz o tempo de produção e o uso da terra.

“Na prática, criámos uma lagoa de evaporação num cordão“, explica por sua vez Sunxiang Zheng, coautor do estudo.

O novo método poderá permitir uma redução de até 90% da terra necessária e tornar a evaporação 20 vezes mais rápida.

Os próximos passos da equipa são agora assegurar a escalabilidade do processo e disponibilizar a nova técnica no mercado.

Armando Batista, ZAP //

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