Israel Antiquities Authority
Uma equipa de arqueólogos israelitas encontrou vestígios de tecidos tingidos a púrpura datados de há 3 mil anos, durante a época dos reis David e Salomão, anunciou esta semana a Autoridade de Antiguidades de Israel.
Os fragmentos foram descobertos durante escavações arqueológicas levadas a cabo no Vale do Timna, a cerca de 220 quilómetros de Israel.
O corante utilizado para tingir os tecidos foi produzido a partir de moluscos encontrados no Mar Mediterrâneo a mais de 300 quilómetros de Timna, uma região frequentemente mencionada na Bíblia e noutros contextos judaicos e judeus.
De acordo com a equipa, esta é a primeira vez que têxteis tingidos a púrpura da Idade do Ferro foram encontrados em Israel e em todo o sul do Levante.
“Esta é uma descoberta muito emocionante e importante”, explicou Naama Sukenik, curador de achados orgânicos na Autoridade de Antiguidades de Israel, citado pela agência espanhola Europa Press. “É o primeiro pedaço de tecido encontrado desde a época de David e Salomão, tingindo com o prestigioso tom púrpura“.
O especialista observa que, na época, o tom púrpura era associado a classes sociais mais relevantes – nobreza, clero e realeza -, observando ainda que este corante era também extremamente valioso, podendo custar mais do que o ouro.
“O belo tom do roxo, o facto de não desbotar e a dificuldade de se produzir a tintura – que se encontrava em quantidades diminutas no corpo de alguns moluscos – tornaram-no no corante mais valioso, muitas vezes a custar mais do que ouro“.
“Até chegarmos a esta descoberta, tínhamos apenas encontrado resíduos de conchas de moluscos e tigelas com manchas de corante, o que fornecia evidências da indústria roxa na Idade do Ferro. Agora, pela primeira vez, temos evidências diretas de tecidos tingidos, preservados durante cerca de 3 mil anos”, concluiu.
As análises de datação por carbono concluíram que o fragmento foi produzido em meados de 1.000 a.C, na altura em que o rei David reinou, sendo depois sucedido pelo seu filho Salomão, detalha ainda a emissora britânica BBC.
Os resultados da investigação foram publicados na revista científica PLOS ONE.
