Depois de ter estado à venda no OLX, há três anos, o Teatro Portalegrense continua ao abandono e sem interessados na sua compra.
O Teatro Portalegrense foi inaugurado em 1858 e sofreu obras de beneficiação em 1886, 1906 e 1913. Foi sede do Grupo Desportivo Portalegrense e esteve alugado à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
Agora, encontra-se encerrado, depois de há três anos até ter estado à venda no OLX. A cifra era de 350 mil euros e, apesar de ter havido interessados, ninguém o comprou. O facto de um emblemático teatro estar à venda numa plataforma online de anúncios classificados gerou alvoroço.
À TSF, a proprietária Alexandra Sequeira lamenta que até aos dias de hoje não tenha surgido quem queira ficar com o edifício histórico.
“É uma pena, mas não posso fazer nada. Chegámos a ter um contrato promessa de compra e venda com umas pessoas que tinham um bom projeto para Portalegre, mas desistiram. O edifício continua à venda”, revelou Alexandra Sequeira.
A interessada era uma cidadã italiana, que queria avançar com um projeto ligado à gastronomia, e o marido, ligado ao teatro, planeava realizar espetáculos, especifica o Correio da Manhã. No edifício haveria também residência para artistas.
O teatro continua ao abandono e precisa de “algumas obras” de reabilitação, segundo a proprietária. A última peça subiu ao palco em 1985.
“Eu vou investir no edifício para quê? Não dá para habitação nem comércio, só serve para teatro”, rematou ainda Alexandra Sequeira.
A empresária não descarta a hipótese de a Câmara de Portalegre ficar com o teatro, que é o sexto mais antigo do país. Há três anos, a autarquia avisou que quem comprar o teatro terá regras a cumprir, dado que o edifício está localizado numa zona de proteção de património.
O edifício do teatro apresenta três pisos onde sobressai uma fachada rematada por frontão triangular e janelas de sacada com verga de arco perfeito no andar nobre. O teto da sala de espetáculos tem uma pintura a fresco do artista Benvindo Ceia.
O projeto de arquitetura foi pensado por José de Sousa Larcher, que se inspirou no Teatro Nacional D. Maria II. O edifício conta com mais de dois mil metros quadrados.