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Taxas de juro podem subir três vezes no próximo ano

European Parliament / Flickr

O Banco Central Europeu poderá estar a preparar uma mudança na sua política de taxas de juro. Numa altura em que se fala da recuperação económica da Zona Euro, a entidade poderá apostar no aumento das taxas de juro de referência.

Este cenário terá sido abordado na semana passada, em reunião do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), embora oficialmente o discurso aponte para a continuidade das taxas de juro baixas.

A previsão de muitos especialistas é que o BCE deverá inverter a sua actual política, que assenta em taxas de juro muito baixas e numa forte intervenção no sistema financeiro da Zona Euro. Com a economia a dar sinais de recuperação, o órgão supervisor poderá retirar a Zona Euro do programa de estímulo financeiro.

Esse cenário é admitido pela empresa gestora de activos financeiros Schroders que prevê que estão a caminho três subidas da taxa de juro em 2019.

De acordo com esta entidade, as taxas de juro podem “aumentar mais depressa do que o esperado” nos próximos tempos, a par do crescimento económico. A gestora nota que o BCE deverá acabar com a “facilidade quantitativa” em Setembro de 2018, e que vai “aumentar as taxas de juro três vezes em 2019”.

A taxa de juro de referência para os empréstimos deverá, assim, subir para os 0.75% no final de 2019. Já a taxa de juro dos depósitos deverá situar-se nos 0.25%, no final do ano, de acordo com a mesma gestora.

A Schroders aponta este caminho como provável, perante as previsões de crescimento económico de 2.6% para 2018 (a anterior previsão da gestora apontava para 2.3%) e de 2.2% para 2019 (a previsão anterior era de 1.9%).

Mas o membro da direcção do BCE, Benoit Coeure, fala em sentido contrário, garantindo que “as taxas de juro de curto prazo, as que são controladas pelo Banco Central, vão continuar em níveis muito baixos“, conforme atesta em declarações à estação de rádio francesa BFM Business, segundo cita a Reuters.

Sobre a possibilidade de retirar a Zona Euro do programa de estímulo financeiro, Coeure refere que ainda não há uma data para esse cenário. “A inflação ainda não está bem onde gostaríamos que estivesse”, sublinha.

ZAP //

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